"Tenha poucos (grandes) objetivos e corra atrás deles”
Quero discutir hoje mais numa questão básica em relação a objetivos e planejamentos. Muita gente se encanta com a ferramenta chamada planejamento quando explico ou escrevo sobre o assunto, principalmente numa época como esta (final de ano), e acaba se empolgando demais e cometendo um erro básico que pode custar caro. Já enfatizei no primeiro artigo desta série que devemos ter plena consciência de que planejar significa gerenciar recursos escassos: Tempo, dinheiro e energia mental. Portanto, quero focar a discussão de hoje na questão do excesso de objetivos e metas, ou seja, naqueles planejamentos que pretendem resolver todos os problemas do mundo de uma só vez. Pessoas que começam um novo ano se prometendo (em vão) que irão resolver todos os seus problemas, conquistar tudo o que querem e mudar coisas que estão como estão há anos. Com certeza, são pessoas que provavelmente vão chegar ao final do próximo ano sem atingirem nenhum desses objetivos. A vida e as conquistas fazem parte de um processo. Não se muda nada por decreto e não se conquista nada com declaração de intenções.
Vamos tomar o seguinte caso como exemplo. Uma pessoa sedentária, que dedica pouco tempo à família e aos amigos, que está acima do peso, que precisa ser fluente em uma língua e não é, que tem deficiência em algum conhecimento técnico do seu trabalho e que está com uma dívida que compromete mais do que deveria do seu orçamento. Veja, há aqui um belo cardápio para ser digerido. Um belo plano pode (e precisa) ser elaborado para esta pessoa. Mas pergunto o seguinte: Será que é possível atacar todos estes problemas de uma única vez? Pense um pouco... Na minha visão, até dá, mas conheço poucas pessoas que estão preparadas para um plano tão multi-desafios como este. A maioria das pessoas que tentar atacar tudo de uma vez, não vai atingir nenhum dos objetivos e acabará frustrada e se achando incapaz. Isso acontece por uma razão muito simples. A falta de foco nos deixa sem a pegada forte que precisamos para cada grande desafio que temos. É a história daquele velho ditado: Quem tenta fazer tudo ao mesmo tempo, acaba não fazendo nada. Ou pelo menos, fará tudo mal feito. Esta é uma máxima do planejamento. Objetivos desafiantes, como perder peso acumulado durante anos, por exemplo, exigem muita energia, disciplina, disposição e foco. Não dá para querer matar cinco leões ao mesmo tempo.
Portanto sempre recomendo que as pessoas tenham, no máximo, dois ou três objetivos grandes e desafiantes, principalmente se você nunca usou esta ferramenta chamada planejamento e se nunca montou e executou um plano de ação. Você até pode ter outros objetivos menores, mas os grandes não podem ser muitos. Senão você não terá, na correria do dia a dia, energia suficiente para executar o plano.
Aproveite estas duas semanas que faltam para acabar o ano e pense um pouco nessa questão. Quais são os dois ou três grandes objetivos que realmente farão a diferença no seu ano de 2013? Pense naquilo que mais te incomoda hoje ou naquilo que mais de motivaria pessoalmente, profissionalmente ou financeiramente. Concentre-se neles. Escreva-os, monte o plano de ação e comece o ano enfiando o pé no acelerador para atingi-los. Lembre-se deles todos os dias quando acordar. Olhe e revise, quando necessário, o plano que elaborou diariamente. Acredite que foco, no mundo atual, é uma questão preponderante para o sucesso em quase tudo, principalmente quando se fala de grandes desafios. Tenha poucos objetivos para 2013 e dedique-se a eles. E pode ter certeza de que, no final do próximo ano, ao vê-los próximos ou atingidos, você ganhará confiança e poderá ousar mais para 2014. Até o próximo!