"Um grande líder deve ser uma fonte autêntica e confiável ”
Um grande líder tem que ser, sobretudo, um grande comunicador. E uma comunicação eficaz depende do correto uso de quatro elementos: Fonte, receptor, meio e mensagem.
Logo no começo desta série sobre liderança, mas especificamente no texto “Liderança e Autoconhecimento”, defendi a tese de que ninguém, absolutamente ninguém, consegue desenvolver uma liderança forte sem um profundo nível de autoconhecimento. E hoje, retomarei este pano de fundo para tratar o primeiro dos quatro elementos da comunicação para a liderança de pessoas e equipes – a fonte.
Fonte. Ou seja, você, que decidiu se tornar um grande líder, capaz de alinhar pessoas a um objetivo definido. Quais seriam as regras a serem obedecidas neste primeiro elemento? Pare agora e pense um pouco. O que é determinante para que você consiga dar a partida no processo de comunicação com seus liderados se forma correta? O que você precisar ter e demonstrar para que as pessoas lhe ouçam com atenção e entusiasmo? E mais, o que fará com que as pessoas comprem a sua “ causa”?
Bom, na minha visão, este elemento é um dos mais fáceis de se entender, mas nem todos dão a devida importância às suas nuances. As premissas são basicamente duas. Primeiro, uma fonte precisa ser confiável. Isso não é difícil de entender, não acha? Quando você quer buscar uma informação importante, não procura uma fonte confiável? Quais são os amigos e profissionais que você mais consulta e ouve com atenção? Não são aqueles em que você mais confia? Pronto. É isso. Uma fonte precisa ser confiável. Segundo, esta fonte precisa ser autêntica. Ou seja, precisa ser aquilo que diz ser. Não basta ser confiável, precisa ter autenticidade. Em outras palavras, uma fonte precisa ter um padrão de comportamento coerente com as suas palavras. Caso contrário, pode ter a maior autoridade moral em qualquer assunto que não vai nunca ser um grande comunicador e nem um grande líder.
Para ser uma fonte confiável, você precisa ficar atento a dois pontos. Primeiramente, se você vai liderar uma equipe e quer que todos “comprem” uma causa, você deve ter um elevado grau de conhecimento sobre esta. Você não precisa ser o dono da verdade, mas deve dominar o assunto de forma consistente. Este é um desafio. No caso de um cargo gerencial, conheça e estude profudamente o negócio, o produto, os clientes, a concorrência. Ninguém vai comprar uma ideia ou um sonho que for vendido por um líder sem um mínimo de domínio técnico. Outro ponto importante aqui é não falar sobre algo que não entende. Ao iniciar um processo de comunicação, saiba que você, como líder, será sabatinado várias vezes. As pessoas sempre testam seus líderes. Isso é normal e não deve assuntá-lo. Domine o assunto antes de falar sobre ele.
O segundo ponto, é a questão da autenticidade. Uma fonte precisa ser autêntica. Ninguém vai ouvir com atenção uma fonte sem autenticidade, que diz ser uma coisa, quando na verdade é outra. Portanto conheça a si mesmo profundamente (se necessário, leia novamente todos os artigos anteriores desta série) e aja todo santo dia exatamente como você é. Nunca, mas nunca mesmo, diga algo sobre você que não seja verdade. Uma fonte autêntica nunca faz isso. E quando faz, perde em segundos toda a credibilidade que levou anos para construir. E isso vale também para o ambiente em que os seus liderados vivem. Crie um ambiente autêntico. Deixe as pessoas serem quem são. Conviva com as diferenças e não queira moldar ninguém. Comunique-se com as pessoas respeitando as suas individualidades. Sempre.
Estas são, na minha visão, as duas regras que devem ser observadas neste primeiro elemento da comunicação visando a liderança. No próximo, vamos tratar do receptor, ou seja, dos seus liderados. Até lá!