"Não tema o futuro. Prepare-se para ele”
Recentemente bati um papo com um amigo arqueólogo. Ele me contava sobre o seu atual projeto, a descoberta de um cemitério de uma tribo antiga em uma cidade próxima a Fortaleza. Ele me contava sobre as escavações, as peças encontradas, os esqueletos etc. Tudo com muito entusiasmo de quem gosta muito do que faz. Com a minha curiosidade incontrolada por áreas que não conheço, levei logo logo a conversa para o estudo da arqueologia, sua origem e o que se busca na essência dessa profissão. No meio da conversa, ele me falava de uma das suas maiores curiosidades – o que motivou e qual foi o pavio inicial da busca pelo conhecimento. Por que, em um mundo onde a maior parte da sua história, o homem lutou por terras, a busca pelo conhecimento demorou tanto para se impulsionar? Nós sabemos que a velocidade das descobertas científicas foi muito acelerada pelas próprias guerras. Mas por que demorou tanto para chegarmos ao ritmo de descobertas que temos hoje?
De uns tempos pra cá, a coisa está assustadoramente rápida. O século passado foi marcado por grandes invenções que mudaram as nossas vidas. TV, rádio, DVD, geolocalização, avião, entre outros . Neste século, que tem menos de 15 anos de história, cada dia algo vai para o lixo em função de uma nova tecnologia. Este cenário tem nos feito viver sob uma eterna e diária ameaça. Será que terei emprego amanhã? Será que o meu negócio vai existir daqui há 3 anos?
Como toda moeda, há dois lados. Em um deles, muitas oportunidades de crescimento, de novas experiências e de novas conquistas profissionais. No outro, ameaças constantes de novos concorrentes, produtos substitutos, funções que vão deixar de existir e por aí vai. A pergunta é: Que postura devemos ter em um mundo maluco como o que vivemos atualmente? Como pai de uma menina de 6 anos e que se preocupa com o futuro dela, penso nisso sempre. O que alguém deve possuir ou desenvolver para sobreviver e crescer profissionalmente nestes próximos anos e décadas? Por mais que cave para procurar melhores respostas, sempre chego à mesma conclusão. Flexibilidade e Capacidade de aprender coisas novas. Estes são, na minha visão, as duas competências que irão determinar quem serão os profissionais de sucesso no futuro. A capacidade de mudar o que tiver que ser mudado, desde as formas de trabalho, os processos, a forma de se relacionar com as pessoas, aliada à capacidade de aprender o que tiver que ser aprendido, darão a quem tiver estas competências a possibilidade de se adaptar às mudanças que ainda estão por vir. Estas pessoas nunca terão medo de perderem seus empregos ou de verem seus negócios sucumbirem. Porque sempre estarão preparadas para se adaptarem às novas demandas e estarão prontas para qualquer desafio.
Já disse isso antes aqui, mas repito. O papel mais nobre que uma escola deve cumprir hoje é o de preparar seus alunos para “ aprenderem a aprender”. O conhecimento do que existe atualmente é importante, mas não mais do que se preparar para o que ainda não foi descoberto. O mesmo vale para uma equipe em uma empresa. Quanto mais se desenvolver nas pessoas a capacidade de se reinventarem e de mudarem o que tiver que ser mudado em função das circunstâncias, mais esta equipe estará forte e preparada para os desafios que virão. E mais uma vez repito que isso é função dos líderes e chefes. Estes devem criar um ambiente autêntico, dinâmico e com um olhar para o futuro. As pessoas devem ser estimuladas a pensarem de forma crítica, curiosa e questionadora. Neste sentido, as empresas devem mudar várias práticas gerenciais e se aproximarem um pouco de uma escola. Uma escola moderna, onde as pessoas produzem mais e geram mais negócios porque se sentem desafiadas e estimuladas a se desenvolverem. Quanto mais os membros de uma equipe se desenvolvem, mas entregam resultados. As (poucas) empresas que conseguem este feito sabem disso. E a sua? Quando vai começar?