Por definição, startup é uma empresa em fase inicial e que tem como objetivo desenvolver ou aprimorar um negócio, preferencialmente de forma escalável e replicável. Os termos “escalável” e “replicável” significam, em outras palavras, “ganhar o mundo”. Normalmente essas empresas usam tecnologia como base para poderem crescer e são colírio para os olhos de quem gosta de tecnologia, é ambicioso e gosta de dinheiro. O sonho de criar o próximo Facebook, Uber, Rappi ou Airbnb, permeia a cabeça de muitos. Com certeza alguns vão conseguir, mas nem todos.
As novas gerações (nativos digitais), que já nasceram com a tecnologia na palma da mão, não querem saber de outra coisa. Estudos mundiais mostram números impressionantes sobre o interesse dos mais jovens por terem a sua própria startup. Em um deles, bem recente, dois terços dos jovens nascidos perto dos anos 2.000 não querem mais ser empregados, mas ter a sua própria empresa. De novo, a conta não vai fechar. Muitos, aliás, a maioria, vai ficar pelo caminho. Porém, a estatística não mente. Quanto mais gente tentando, maior a probabilidade de alguém conseguir. Para dar um exemplo, somente no setor de Educação (onde atuo), são 297 startups, as chamadas Edutechs (termo utilizado para empresas que criam soluções com base tecnológica para Educação). No setor financeiro são outras tantas, as Fintechs, que estão deixando os grandes bancos desesperados.
Tenho frequentado vários ecossistemas de inovação e convivido bastante com essa galera. Adoro o ambiente, as discussões e os temas que estão sendo tratados. Sou, inclusive, mentor do Founder Institute (www.fi.co), a maior aceleradora de startups do planeta, que tem mais de 10 unidades no Brasil, sendo uma delas em Campinas-SP, onde participo. Organizações como o Founder Institute possuem metodologias e programas já testados mundialmente para minimizar os riscos de uma startup. Mas muitos ainda insistem em não se preparar e iniciar essa jornada de forma amadora e sem preparação. São estes os que ficam pelo caminho. Tenho visto até executivos com muita experiência que abandonam suas carreiras e acham que, por terem muita experiência como gestores, irão “nadar de braçada” nesse mundo. Muitos têm morrido afogados nesse mar revolto. Abrir uma empresa não é tão simples assim e muitos subestimam os desafios para cruzar a zona de arrebentação.
Quando conheço alguém, jovem ou não, que tem interesse em ter a sua startup, procuro motivar e, ao mesmo tempo, alertar para alguns pontos importantes. Este é, sem dúvida, um caminho muito legal. Eu mesmo, aos 40 anos de idade e com uma filha de 6 anos para criar, comecei a minha. Ou seja, qualquer um pode, e deve, tentar realizar um sonho como este. O que não pode é entrar nesse mundo achando que sabe tudo, não precisa se preparar, não precisa de ajuda e que vai “fazer acontecer” de forma fácil.
O recado então é muito simples. Antes de começar essa jornada, vá estudar e conviver nesses ambientes de startups. Com certeza na sua cidade (ou perto), você vai encontrar um. Converse com outros empreendedores, conheça casos (de sucesso e insucesso), estude metodologias e tente encontrar alguém que tenha interesses e valores comuns e competências complementares. Com isso, as chances de sucesso aumentam muito e a jornada nessa nova economia fica mais prazerosa. Até o próximo!