Vamos à quinta competência das dez que mais serão valorizadas em 2022 – Pensamento crítico. Já perdi a conta de quantas vezes tratei desta competência aqui neste espaço. Nos últimos três relatórios “The Future of Jobs”, do Fórum Econômico Mundial, ela aparece sempre entre as cinco mais relevantes. Embora o seu entendimento e poder transformador seja simples de entender, é uma das mais difíceis de se desenvolver para muitas pessoas por uma única razão: na educação escolar e familiar a maioria das pessoas foi levada a acreditar que o legal é seguir regras, aceitar, sem questionar muito, o que lhe é entregue como informação e verdade. Pare um pouco e tente se lembrar de alguém que era muito crítico e perguntava muito “por que” e “por que não”. Agora responda, essas pessoas eram mais premiadas ou punidas por essa postura? Punidas, não?
Agora me diga, como você acha que surgem ideias revolucionárias como Uber e Airbnb, só para ficar nesses exemplos? Estamos falando de soluções que tiveram um alto impacto social, econômico e até cultural, mas só existem hoje porque alguém acordou um dia e questionou o modelo atual. Por que o serviço de táxi tem que ser ruim e caro? Por que pessoas comuns não podem usar seus carros para transportar outras? Por que uma pessoa que tem um quarto vazio não pode alugar para outra pessoa, mesmo estando lá? E assim por diante. É lógico que o processo pode até nem ter sido exatamente assim, mas o embrião é este, sem dúvida alguma. Estamos falando da capacidade de pensar criticamente e questionar o status atual das coisas.
Veja a seguir as habilidades desta competência, ou seja, como ela se materializa no dia a dia:
- Possui uma postura crítica em relação à realidade e à avalanche de informações em nossa era digital;
- Pensa e analisa antes de tirar conclusões. Não confia cegamente em opiniões alheias e nas suas próprias percepções;
- Decide após ter analisado criticamente todas as versões de um mesmo fato.
Sou fã incondicional dessa competência e amo trabalhar com pessoas que questionam e gostam de ser questionadas. Na minha equipe estimulo muito que as pessoas pensem criticamente e dou sinal verde para questionarem, desde que tenham bons argumentos, inclusive as minhas posturas e decisões. Acredite, é muito bom questionar e ser questionado. Nós só crescemos com isso e o resultado do trabalho é sempre melhor e mais inovador.
Como desenvolver essa competência? Bom, há várias rotas, mas tudo começar com convicção. Em primeiro lugar você precisa se convencer de que ela é importante e decidir, mesmo, iniciar a jornada. A partir daí, é abrir a agenda é planejar uma série de atividades que lhe coloquem em contato com pessoas que têm uma boa visão crítica ou que pensem diferente de você em algum tema. Sentar, ouvir muito, debater (em alto nível) e usar, sem economias, as duas perguntas mais inteligentes e que mais provem esta competência: Por que? Por que não? Até o próximo!