- Olá, Veras, tudo bem? Gostaria muito de te encontrar. Faz tempo que quero conversar com você – escreveu Marcos (nome fictício), conhecido já de longa data.
- Oi, Marcos, tudo bem. E com você? Estou em Campinas às segundas, terças e quintas. Será um prazer te rever. Que dia fica melhor para você? – respondi no mesmo dia.
Cri-cri-cri-cri-cri...Silêncio....nenhuma resposta durante cinco meses
- Olá, Veras, tudo joia? Vamos tomar um café? Quando estará por Campinas? Tenho um assunto importante e desejo conversar com você. – escreve novamente o “sumido” cinco meses depois.
Juro que pensei em não responder (por pura birra, confesso!), mas me contive e, dois dias depois escrevi:
- Olá, Marcos, tudo bem? Estou em Campinas às segundas, terças e quintas. Consigo almoçar na terça da semana que vem. Veja se funciona para você e me fale, ok?
- Olá, Veras, por aqui tudo jóia. Na terça da semana que vem, eu não consigo. Não estarei em Campinas. Mas consigo na terça seguinte. Que tal? – respondeu o Marcos no dia seguinte.
Daí, pensei: que bom! Foi apenas um deslize. Vai que durante aquele primeiro contato aconteceu algo e ele se perdeu com as mensagens... Vamos em frente. No mesmo dia, respondi:
- Fechado. Pode ser 12h30 no restaurante tal? Tenho uma reunião às 14h na escola e na neste local fica bem adequado para mim – respondi no mesmo dia.
Mais um silêncio gritante por cinco dias e chega a resposta.
- Veras, tudo joia? Tive um imprevisto na terça. Será que conseguimos alguma agenda na segunda, um dia antes?
Ainda tentando não me irritar, respondi no mesmo dia:
- Posso sim, sem problemas. Almoço?
Cri-cri-cri-cri-cri... Silêncio... Nenhuma resposta até hoje (quase dois meses).
Bom... Acho redundante e dispensável dizer aqui que o nosso tempo é hoje um dos recursos mais escassos que temos, concorda? Pois bem, este cidadão ainda não sabe disso, infelizmente. Mas espero que um dia aprenda.
Tenho repetido aqui que nem um papagaio que a nossa imagem profissional se forma e se constrói a partir de tudo (tudo, repito!) o que fazemos ou deixamos de fazer. Me diga, por favor, qual imagem você acha que uma pessoa com este padrão de compromisso com o que o próprio se propõe deixa para mim e para as pessoas com as quais convive? Chega a ser cômico, para não dizer trágico.
A minha dica de hoje é simples e inspirada neste caso. Nunca faça ninguém perder tempo. Antes de entrar em contato com o sujeito, tenha convicção do que quer e de como vai tratar do assunto. Nunca faça o que essa pessoa fez. Além de feio, passa uma imagem péssima e fecha portas, às vezes, definitivamente.
Mas sabe de uma coisa? Com relação ao Marcos, já decidi qual será o meu padrão de respostas nas próximas vezes que for contatado por ele. Quer saber qual vai ser? Aí vai: Cri-cri-cri-cri-cri... Até o próximo!