Século XXI: as competências de gestão nunca foram tão demandadas. O cenário desafiador deste início de século tem deixado as empresas de cabelo em pé para desenvolver tais competências e habilidades. Negociação, liderança, tomada de decisão, gestão do tempo, foco e produtividade, senso de prioridade, entre outras, são objetos de fortes debates, treinamentos corporativos e consumo de livros, palestras e realização de workshops.
Nesta realidade, homens e mulheres têm desempenho bem diferentes. Sobretudo as mulheres que são ou foram mães. Não precisamos ir longe para chegar a esta conclusão. Certa vez, em um final de semana que passei sozinho com a minha filha ainda bebê. Eu me lembro que, por alguma razão, a babá não pôde vir me ajudar e encarei o desafio de cuidar da Júlia durante três dias quase inteiros. A jornada começou na sexta à noite e acabou no domingo à tarde. Só digo uma coisa para resumir: quando acabou, a minha sensação era de que precisava de 2 semanas de férias. Eu estava morto, acabado, esgotado. Ainda hoje, não sei como sobrevivi àquilo. Foi incrível ficar sozinho com ela e viver momentos de extrema cumplicidade e união, mas a gestão das tarefas acabou comigo. Para começar, a preocupação de não poder deixá-la só um minuto em um apartamento no 19o andar. Organizar a comida (e olha que não cozinhei – pedi tudo pronto) na cozinha e checar se ela estava bem na sala foi algo desesperador. A hora do banho, então, nem se fala. Dar banho nela foi fácil. E eu? Bom, confesso aqui que a minha incompetência me obrigou a tomar um único banho (e olhe lá) nos dois dias. Atender telefone também era um desafio. Não conseguia me concentrar na conversa para ficar de olho naquele ser indefeso, curioso e ativo. Foram duas noites mal dormidas, acordando de hora em hora para ver se estava tudo bem. Em função dessas e outras, terminei o final de semana com uma convicção: as mães são muito, mas muito, competentes. Elas conseguem fazer - ao mesmo tempo - coisas que nós, homens, sofremos horrores para fazer. Isso é um fato que por si só já as coloca em posição de vantagem quando se fala de gestão. Agora, se pensarmos bem nas competências que são necessárias para se “gerenciar” um filho, a situação fica bem mais clara e evidente.
Não é à toa que um número crescente de mulheres vem se destacando em cargos de gestão e ocupando, cada vez mais, posições de liderança. Não é dívida histórica ou consentimento dos homens – é competência pura. Elas são melhores mesmo e ponto final. Não tenho a menor vergonha de dizer que, até hoje na minha carreira, o meu melhor chefe foi uma mulher.
Recentemente, tomei conhecimento de um caso inédito. Um aluno meu me contou que sua mulher que, mesmo bem empregada, estava sendo “assediada” por outra empresa, Decidiu, porém, contar que estava grávida e que o bebê nasceria em 5 meses, mesmo assim recebeu a proposta, pediu demissão e foi contratada. Grávida de 4 meses. Incrível, não? Sob o ponto de vista das leis trabalhistas e custos envolvidos, não faria nenhum sentido. Mas aconteceu.
O dia das mães se aproxima. Para as mulheres que abdicaram da sua carreira para se dedicarem à maternidade ou aquelas que tocaram a vida de mãe em paralelo com a vida profissional, a minha mensagem é uma só: parabéns pela maternidade e parabéns pela capacidade de gestão! Vocês, como se diz na minha linda Minas Gerais, “conseguem dar nó em pingo d´água”. Até o próximo!