O Brasil está borbulhando. O caldeirão está bem quente e as discussões acaloradas. São não-sei-quantas operações: lava-jato, zelotes, entre outros nomes pitorescos que a polícia federal gosta de usar. Está sobrando para todo mundo. Não me recordo, na história recente do Brasil, de tantas discussões políticas em torno da corrupção e das suas mazelas. Tenho amigos fora do Brasil e que me dizem que não estão entendendo nada. O nosso país virou uma loucura. As nossas leis e o papel da justiça nunca foram tão debatidos e questionados. Acho que mais pessoas hoje no Brasil sabem os nomes dos 11 ministros do STF do que dos jogadores da seleção que vão para a Rússia. E quer saber? Isso é muito bom! Não sei como e nem quando isso acaba, mas tenho certeza de que sairemos melhores e mais fortes como sociedade e como país. Outros países conseguiram vencer o câncer da corrupção e nós vamos conseguir também.
Mas a questão aqui é outra. Até que ponto devemos entrar nas discussões políticas e partidárias? Em quais fóruns? Com que posicionamento e que com qual energia? Essa é uma questão bem séria, controversa e delicada. Mas você precisa pensar a respeito e se posicionar, até para não cair de gaiato numa armadilha e comprometer a sua carreira.
Os mais “politizados” serão unânimes em dizer “você tem que se posicionar sim!”, ou “não se posicionar é covardia com o país e uma alienação!”. Esta opinião deve ser respeitada e é sim uma das alternativas. Na minha visão, optei pelo caminho oposto. Decidi que não entro em discussões sobre política nas redes sociais e mantenho uma distância segura de quem o faz. A razão? Acho que, entre os ganhos e perdas, as perdas são maiores. É uma conta matemática simples. Nunca ganhei nada nessas discussões e perdi bastante na última vez em que me posicionei na internet sobre política. Discuti com pessoas queridas, me exaltei, usei adjetivos errados no calor das discussões e defendi pessoas que não mereciam ser defendidas. Ou seja, me senti um verdadeiro idiota. Desde então, a minha posição pessoal e a minha recomendação aos meus alunos é que política deve se discutir pessoalmente, em situações muito particulares e sem emoção exacerbada. Ficar comentando, compartilhando, comemorando ou lamentando fatos políticos, principalmente neste momento onde o radicalismo de direita e esquerda estão berrando aos quatro cantos, é um erro crasso. Respeito quem o faz, mas tenho certeza de que se essas pessoas fizerem a conta, vão concluir rapidamente que estão perdendo mais do que ganhando. E o pior é que às vezes nem vão ficar sabendo que perderam. Quer um exemplo besta? Vamos supor que um profissional que está em busca de emprego defende uma corrente “x” e fica se posicionando a favor e detonando a corrente “y”. E o recrutador que está analisando o seu currículo é exatamente da corrente oposta. O que você acha que vai acontecer quando ele navegar pelas suas redes sociais e descobrir que você é tão partidário assim? Se lhe disserem que isso não vai influenciar em nada, não acredite. Ninguém é 100% imparcial. Nem na hora de contratar.
Portanto, mesmo sabendo que muitos não concordam com esta visão, sigo com a minha convicção matemática de que “se não vai ajudar e pode atrapalhar, estou fora”. Até o próximo!