2016 e 2017 foram anos duros. Começamos estes dois anos sabendo que a vida não seria fácil e que o fundo do poço parecia não chegar nunca. Milhões de desempregados, empresas fechando as portas todo dia, demissões em massa, cortes no orçamento doméstico de muita gente e muita, muita preocupação. Será que vou perder o meu emprego? Será que a minha empresa chega viva ao final do ano?
2018 começa diferente. Nos primeiros 15 dias, em todos os fóruns que andei, só vi otimismo. Vários empresários com os quais falei estão otimistas, investindo e contratando. Algumas pessoas que perderam o emprego no ano passado apontam que o ritmo de entrevistas está aumentando. O mercado de capitais, então, nem se fala. A bolsa só sobe. Em outras palavras, o ano começou como todos nós gostamos – com otimismo. Só otimismo não garante nada, mas ele é o primeiro passo para as coisas acontecerem. E, em geral, há um senso comum de que agora a coisa vai e o pior já passou.
O meu recado de hoje é para aqueles que estão em processo de recolocação, enviando currículos e fazendo entrevistas. O recado é muito simples (como sempre gosto de fazer) e se refere à primeira peneira que os recrutadores fazem ao analisar a pilha (repito: a pilha) de currículos que recebem todos os dias e de onde pinçam alguns poucos para uma entrevista. Não tenho um número exato, mas chutaria que menos de 20% dos currículos que chegam a um recrutador recebem uma ligação para agendar uma entrevista, mesmo quando há uma vaga. Eu mesmo já compartilhei aqui, em uma série completa, uma experiência pessoal que tive na contratação de um analista de marketing. De 95 currículos, chamei apenas 9 para a entrevista, ou seja, menos de 10%. Nesta série, explico os critérios que usei para eliminar os demais. E quero retomar, de maneira resumida, estes pontos aqui hoje.
Obviamente os pesos de cada ponto que quero levantar são avaliados de forma diferente em função do cargo em questão e do perfil da empresa que está contratando. Isso parece meio óbvio. Mas, de maneira geral, falo de erros básicos e que pegam mal em qualquer situação.
Vamos direto ao ponto. Vou listar a seguir dois pontos que grande parte dos recrutadores usam, ao ler um currículo, para eliminar 80% dos candidatos. Por favor, cometa outros erros no seu currículo, mas não estes. Combinado?
1 – Erros de português: Currículo com erro de pontuação, crase e concordância vai para o “arquivo morto” (em outras palavras, lixo) na mesma hora. Isso é imperdoável e a maioria das empresas já passam a primeira peneira aqui. Portanto, reveja linha a linha do seu currículo e deixe-o impecável neste quesito. Se tiver dúvida, consulte alguém que conheça, recorra à gramática. Não importa, faça o que tiver que fazer, mas nunca envie um currículo com erro de português;
2 – Educação continuada: Um currículo onde o candidato não mostra que está em contínuo desenvolvimento, através de cursos, participação em eventos da área, leituras, etc, também já ficam por ali. Falta de educação continuada demostra somente uma coisa – acomodação. E isso dá sinais muito claros sobre o perfil do profissional.
Pois bem, mãos à obra. O ano começa bem e esperamos que siga assim. Não perca oportunidades por causa desses dois erros tão básicos. Até o próximo!