“Bom senso e tomada de decisão”, a sétima competência, de acordo com a pesquisa do Fórum Econômico Mundial, será, justamente, a mais valorizada e demandada na próxima década. Estamos quase no fim desta série, mas sigo empolgado ao ver mais uma competência “não-técnica” na lista. Isso me dá uma sensação de alívio ao ver que as competências comportamentais, as quais defendo há 11 anos e já fui muito criticado por isso, dominam a lista das mais relevantes para a próxima década. Como sempre digo e não me canso de repetir: “conhecimento sem atitude é como uma Ferrari com motor de Fusca”.
Confesso que não gosto muito do termo “bom senso”. Quem me conhece sabe que sou fundamentalista com o significado das palavras e que odeio termos que possuem definições “aguadas”. Mas, neste caso, como ele vem junto com “tomada de decisão”, que é a competência em questão, passa.
A pesquisa lista apenas as competências, mas como sabemos que uma competência é formada por um conjunto de habilidades, listo abaixo as habilidades desta competência que saíram da minha pesquisa dos últimos 11 anos. Então, confira:
- Decide em tempo razoável. Não fica enrolando para tomar uma decisão;
- Sabe fazer renúncias. Não decide querendo agradar a tudo e a todos;
- Consegue fazer bons diagnósticos de problemas ou oportunidades, identificando corretamente o problema ou a oportunidade;
- Consegue identificar as principais causas de um problema a ser atacado;
- Sabe gerar alternativas pertinentes para solução do problema;
- Consegue priorizar alternativas de solução, considerando aplicabilidade, risco, custo e coerência;
- Sabe desenvolver o plano de ação detalhado para o respectivo problema: Ação, responsável, prazo e custo.
São 7 habilidades. Todas muito claras e objetivas e que acho que falam por si só. Quem quiser desenvolver esta competência, tem direções claras do que deve fazer apenas conhecendo as suas habilidades. Mas gostaria de destacar dois pontos que, para mim, são cruciais e que impedem 90% das pessoas de serem boas nisso. A primeira está logo no topo das habilidades e diz respeito a decidir em tempo razoável. Muitas pessoas, por medo de errar ou por tentarem buscar mais informações para minimizarem o risco do erro, simplesmente não decidem. E isso é muito ruim. Já vi carreiras empacarem por causa disso e sempre digo aos meus alunos: “A indecisão também é uma decisão, e a pior de todas”. O segundo ponto diz respeito a saber fazer renúncias e não querer agradar a todos. Nenhum profissional de sucesso chegou aonde chegou agradando a todos. Às vezes, as decisões mais difíceis de serem tomadas e que irão desagradar alguns, são as que mais vão determinar o seu futuro profissional. Portanto, querer agradar a todos implica, obrigatoriamente, em decisões de baixo impacto.
Por fim, deixo aqui a minha máxima em relação ao tema. “Prefiro trabalhar com uma pessoa que toma 100 decisões e erra 20 do que com alguém que toma 50 decisões e acerta as 50”. Faça as contas e veja quem vai crescer mais. E fecho com o refrão da música do Kid Abelha, que diz “Vou errando enquanto o tempo me deixar”. Até o próximo!