Artigo 332 – As competências da próxima década – parte II

“Qual é o seu projeto mais audacioso?”
por Marcelo Veras | 11 de set de 2017
Artigo 332 – As competências da próxima década – parte II

A internet popularizou tudo. Fez com que qualquer informação pudesse ganhar o mundo e gerar fortes repercussões num piscar de olhos. Hoje, podemos ter notícia de muita coisa em questão de segundos. Do cara que assediou uma mulher em um ônibus de São Paulo aos testes nucleares do louco da Coreia do Norte. No entanto, esta super-exposição tem gerado posições instintivas e pouco qualificadas. De fato, temos problemas, mas o mundo não é essa bomba atômica prestes a explodir, como muitos acham. Na verdade, por mais incrível que possa parecer, a verdade é que o mundo está bem melhor do que já foi.

A expectativa de vida mais do que dobrou no último século. Muitas doenças foram dizimadas do mapa. A violência hoje mata menos de 1% da população contra uma média de 15% no passado. Ou seja, o mundo tem problemas sim, mas a nossa agenda hoje é outra, bem mais nobre e desafiante.

Hoje, na nossa série “As competências da próxima década”, vamos discutir aquela que aparece na liderança nas duas últimas pesquisas do Fórum Econômico Mundial – “Solução de problemas complexos”.

Sabemos que os profissionais que souberem como endereçar soluções a problemas complexos serão disputados a tapa na próxima década. Mas quais problemas são esses? Vamos a uma lista básica. Aliás, nos últimos 10 anos já existe uma corrida desenfreada entre Start Ups(empresas em estágio inicial de vida) para solucionar alguns deles. Mobilidade urbana, água, energia, lixo, saneamento básico, moradia, Educação de qualidade e saúde de qualidade estão entre os temas mais discutidos e mais desafiantes do momento. Além desses grandes temas, outros menores, mais locais, também desafiam a nossa criatividade. Mas, pelo que tenho observado há anos, nunca vi tanta gente preocupada em atacar estas problemáticas. Essa nova geração que hoje está nas escolas é inquieta e quer resolver várias dessas questões. Aliás, muitas inovações têm sido fruto da inquietação dessa galera. E o mundo das empresas está atento a isso.

Como já disse, no topo da lista está essa competência. E ela não está muito democratizada. Poucas pessoas estão interessadas em resolver grandes problemas, e das que estão, menos ainda têm a devida competência para tal. Resolver problemas complexos dá trabalho, exige um esforço mental enorme e metodologias que exigem esforço. Gosto muito de citar o exemplo do senhor Elon Musk, um sul-africano de Pretória que está revolucionando o mundo. Desde pequeno se interessava por carros elétricos, colonização de outros planetas e energia solar. Com determinação e muito trabalho, criou e comanda o grupo empresarial mais falado hoje no mundo. Uma empresa de carros elétricos (Tesla), outra de energia solar e outra de viagens espaciais. Ou seja, o cara quer resolver 3 problemas mundiais e extremamente complexos. Não à toa, suas empresas valem bilhões.

A nós, pobres mortais, parece que isso não faz sentido, mas na nossa dimensão, temos os nossos problemas. Na nossa cidade, no nosso bairro, na nossa empresa, temos uma infinidade de questões complexas a serem atacadas. E ali está o nosso palco. Ali podemos fazer a diferença. Só a postura de olhar para essas questões já conta muito, mas essa competência é bem ampla e o quadro do seu desenvolvimento se completará com as 9 competências seguintes. Por hora, pense nisso – qual é o seu projeto mais ambicioso? Que problema complexo e relevante você gostaria de resolver e deixar um legado? Até o próximo!

por Marcelo Veras
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