Confesso que fiquei muito em dúvida sobre o que escrever neste artigo de número 300. Parece clichê, e de fato é, mas parece mesmo que foi ontem. Juro que nem vi o tempo passar. Escrever semanalmente sobre gestão de carreira e desenvolvimento de competências se incorporou à minha rotina. São trezentas semanas seguidas (6 anos), sem pular nem sequer uma. Já escrevi doente na cama, de férias na praia, dentro do carro num estacionamento, no avião e no meio do mato. Nem sei onde arrumei tanto assunto. Mas hoje o sentimento é um só – gratidão.
Sinto-me honrado por participar da vida de tanta gente, tantos alunos, ex-alunos, colegas, amigos e algumas pessoas que nem sequer tive a oportunidade de conhecer e tomar um café. O fato é que os retornos que recebo, via redes sociais ou por email, me trazem sentimentos indescritíveis. A cada agradecimento que recebo tenho a vontade de dizer “Desculpa, mas sou eu que agradeço”. A cada testemunho que recebo de alguém que, a partir de alguma provocação minha, promoveu alguma mudança para melhor na sua vida ou carreira, me encho de alegria. Acho que é isso, escrever semanalmente me enche de alegria.
Debater sobre o tema “carreira” não é simples. A quantidade de variáveis envolvidas no sucesso profissional é muito grande. Tomo o cuidado de não cair na leviandade de mostrar uma facilidade que não existe. Que ninguém pense que é simples. Por outro lado, também busco sempre mostrar a minha visão convicta de que as coisas estão mais na nossa mão do que às vezes pensamos. Adoraria ver todo mundo acreditando nisso, colocando a coragem na frente do medo, a determinação na frente do comodismo e a ação na frente das palavras. De fato acredito, depois de quase 30 anos de carreira e mais de 10 anos estudando o tema, que cada um de nós pode ir muito longe, desde que desenvolva as competências necessárias e que não desista facilmente dos objetivos.
Foi inevitável, ao olhar para o número 300, lembrar da história do filme “Os 300 de Esparta”, que travaram uma batalha há quase 2.500 anos, onde 300 guerreiros espartanos comandados pelo Rei Leónidas lutaram até a morte para frear o avanço do exército persa. Os caras enfrentaram um exército 1.000 vezes maior e, por sete dias, conseguiram segurar o seu avanço com muita estratégia, força e, principalmente, determinação. O filme é fantástico e emocionante. Embora muito violento e com cenas fortes, é uma aula de persistência. Ao me lembrar do filme, me vi por várias vezes, ao longo desses 6 anos, sofrendo com o conflito de agenda, a falta de tempo para escrever, às vezes uma falta de uma boa ideia de tema, dentre outras coisas. Confesso que algumas vezes pensei em parar. Lembro-me de certa semana na qual escrevi três textos e joguei os três no lixo. Naquele dia pensei: “Chega, vou parar! Não consigo mais ter algo relevante para compartilhar”. E a coisa foi indo. Na mesma velocidade que a vontade de parar chegava, ela também ia embora. E aqui estou, como soldado do exército de Leónidas, lutando contra tudo o que poderia me servir de desculpa para desistir e parar de compartilhar o que sei. Até o momento, os “persas” ainda não me mataram e pretendo seguir em frente tentando ajudar quem eu puder a ter uma carreira boa e uma vida melhor.
Mais uma vez, em “voz alta”, muito obrigado por todas as contribuições, sugestões e críticas. E prometo que, enquanto eu tiver saúde e algum conhecimento relevante para compartilhar, estarei aqui, quem sabe por talvez mais 300 semanas. Um abraço e até o próximo!