Você já deve ter ouvido a frase: “Quer realmente conhecer alguém, dê-lhe poder”. De fato o poder não é para qualquer um. Há pessoas que não têm estatura moral para determinadas responsabilidades, principalmente quando se trata de gerenciar pessoas talentosas. Já contei aqui a história da cobra que persegue e mata um vaga-lume. Antes de morrer, ao perguntar por que a cobra está fazendo aquilo, a vitima ouve da assassina: “Porque eu odeio o seu brilho”. É bem isso, tem gente que odeia o brilho dos outros.
Já disse e repito, temos hoje uma grande escassez de bons líderes. E em função dela, muitas empresas colocam em posições de liderança pessoas que não deveriam gerenciar nem uma dúzia de bois, muito menos uma equipe de pessoas. Além do despreparo em como atrair, reter e motivar profissionais talentosos, alguns desses péssimos líderes conseguem fazer pior, expulsar os melhores da equipe por pura inveja e usando métodos que dão vergonha de contar.
Uma amiga, extremamente talentosa, comprometida e com excelentes resultados, foi vitima recente de um louco desses. Por pura inveja, falta de caráter, ausência total de meritocracia e pequenez, a perseguiu durante anos e, na primeira oportunidade que teve, conseguiu tira-la do time, para revolta da maioria dos que ficaram e de quem soube dos detalhes sórdidos dos bastidores.
Fatos como este são mais comuns do que político nas ruas em época de eleição. Conheço vários. Converso com incontáveis alunos e ex-alunos que estão ou foram vitimas desse tipo de gente. Infelizmente as empresas estão cheias de pessoas assim, que simplesmente não conseguem lidar com equipe e pessoas de alto nível. Pela sua fraqueza e insegurança, eles preferem mandar os brilhantes embora e ficar com os medianos. Insegurança total, como se o brilho de pessoas do seu time fosse ameaçar a sua posição. Um equívoco pra lá de absurdo. A cegueira é tanta que não enxergam que o inteligente é exatamente o oposto, ou seja, quanto mais forte for a minha equipe e mais pessoas brilhantes houver nela, melhores serão os resultados e, por consequência, maior a credibilidade do líder.
O lado bom é que o cenário está mudando. Muitas empresas que fazem recrutamento para cargos de liderança querem hoje conversar e pegar mais referências com pares e subordinados do que com chefes e ex-chefes. O movimento existe, embora lento. Enquanto isso, ainda perambulam por aí uns mortos-vivos, que se acham a última bolacha do pacote e tratam as pessoas da sua equipe como marionetes de jogo de poder. Eles só não sabem de uma coisa: suas contas irão chegar. E serão bem caras.
Encerro esse “papo” de hoje com uma frase do grande Prof. Cortella, que deve inspirar e guiar todos os que ocupem um cargo de liderança: “Quem é grande, sabe que é pequeno e por isso cresce. Quem é pequeno, acha que é grande e por isso precisa diminuir os outros para parecer o que não é”. Um abraço e até o próximo!