Se formos analisar com lupa a trajetória de grandes executivos, atletas, pintores, escritores e empresários, veremos que há mais transpiração do que inspiração, mais dedicação do que sorte, mais treinamento do que talento nato e mais projetos com objetivos claros do que obras do acaso. Respeito toda e qualquer posição contrária a isso e em favor de coisas como sorte, destino, talento nato, mão divina ou acaso, mas sigo com a minha convicção de que o sucesso está mais relacionado ao trabalho e dedicação do que qualquer outra coisa. Estudo o tema há anos e chega perto de 100% o percentual de casos que analisei e constatei as relações de causa e efeito citadas.
Pois bem, ao analisar histórias de sucesso com lupa rapidamente observa-se um nível de dedicação enorme e muitas vezes com muitos sacrifícios e renúncias. Os atletas de alta performance são ótimos exemplos. Treinamento forte, cuidado com a saúde, abdicação de muitas coisas e disciplina militar. Tudo isso para atingir a sua melhor marca e o seu melhor desempenho. E isso não é diferente em outras atividades. Escritores que escrevem 1.000 palavras por dia, pintores que pintam 800 quadros antes do sucesso, banda que tocou 1.200 vezes antes do sucesso (Beatles) e empresários que ralaram muito antes de terem grandes negócios. Mas, como seres humanos limitados que somos, às vezes enxergamos e avaliamos apenas a parte boa da história. Quantas vezes já não ouvi frases do tipo “fulano tem sorte, né?” ou “beltrano estava na hora certa, no lugar certo. Por isso o seu sucesso”. Nós tendemos sempre a minimizar o esforço, principalmente o dos outros. Parece que é a melhor forma de nos esquivarmos da nossa responsabilidade.
Agora, deixe-me lhe dizer uma coisa: experimente falar, cara a cara, a pessoas de muito sucesso que elas tiveram sorte. Faça isso, mas saia correndo em seguida porque você pode levar um tapa na cara. É sério!
Lembro-me, ainda criança, de ver meu pai trancado por quase 6 meses em um escritório adaptado em casa para estudar para o concurso da Receita Federal. Ele quase não via a luz do sol. Após passar no concurso e ver a nossa vida mudar radicalmente (para melhor), pude entender que o esforço e a dedicação são sempre muito bem recompensados.
Neste início de século, com o nível de competição nas nuvens, a excelência não é o caminho para o sucesso, é o único caminho. E, para se atingir a excelência, precisamos de foco, dedicação e muito, muito trabalho. Ou seja, dois dos nossos recursos mais escassos (tempo e energia) precisam ser alocados com prioridade para os nossos projetos, sejam eles pessoais, financeiros ou profissionais. E como o tempo não estica, para se dedicar a algumas coisas, precisamos abdicar de outras. Prioridades, escolhas e várias renúncias.
Do meu pai, que abriu mão de muitas coisas, muitos churrascos e festas de família para estudar, dos atletas que abrem mão de bebida, festas, família e outras coisas para se dedicarem às suas metas, dos empresários que começaram do zero, lavaram banheiro em suas empresas e trabalharam 3 turnos por dia e vários finais de semana, todos fizeram enormes sacrifícios para chegarem onde chegaram. Todos abriram mão de muitas coisas em prol dos seus sonhos. E quando chegaram lá, tiveram a noção exata das escolhas e, principalmente das renúncias que fizeram.
Portanto sempre que posso repito uma frase que escrevi há anos e que gosto muito. “Hoje eu tenho dúvidas se o sucesso está mais associado à nossa capacidade de fazer escolhas ou de fazer renúncias”. Até o próximo!