Artigo 283 – Mundo exponencial x Postura linear – parte II

“Eterno aprendiz – a nova ordem do sucesso”
por Marcelo Veras | 03 de out de 2016
Artigo 283 – Mundo exponencial x Postura linear – parte II

Promessa é dívida. No artigo anterior fiz uma síntese do “filme” que está passando neste século e que tem transformado o mundo em exponencial. Para alguns, um filme de terror. Para quem gosta de uma vida dinâmica, cheia de novidades e aprendizados, um parque de diversões. Prometi hoje trazer o que, na minha visão, é uma postura exponencial em um mundo também exponencial.

Em primeiro lugar, quem quiser fazer parte desse momento como protagonista, deve ter uma convicção quase religiosa: “O que me trouxe até aqui em termos de conhecimento não me levará aos próximos 10 anos”. A brincadeira começa por aí. Aquele quiser se sentar, confortável e satisfeito, no trono dos seus conhecimentos adquiridos e que considerar que eles serão suficientes para manter a sua competitividade profissional, é melhor voltar a acreditar em papai noel. No mundo exponencial, o nosso conhecimento tem prazo de validade, em função da velocidade com que os novos conhecimentos chegam e transformam a realidade. Portanto, a regra básica é: Monte a sua agenda de educação continuada. E aqui não estou falando apenas de cursos, mas de tudo o que pode lhe trazer novos repertórios sobre o mundo e suas transformações.

Mas o que significa, para mim, uma boa agenda de educação continuada? Em primeiro lugar, você precisa estudar continuamente as tendências de futuro. Isso inclui as megatendências, as tendências comportamentais e as de negócio. Olhar para o futuro e para as tendências é a base dessa construção. Hoje, as técnicas de predições estão muito apuradas. O futuro, embora tenha seu grau de imprevisibilidade, não é tão imprevisível assim. Vou colocar na seção de downloads do Blog (marceloveras.com) um relatório de tendências super atualizado, com mais de 40 tendências mapeadas para o período 2015/2025, elaborado e consolidado pelo meu parceiro Luis Rasquilha.

Um segundo ponto importante é frequentar e conviver com ambientes criativos e inovadores. Hoje existem dezenas, talvez centenas de iniciativas para fomentar inovação aberta, desde espaços onde “Start Ups” (empresas em fase inicial de vida), fóruns para discutir inovação e espaços onde pessoas criativas sem encontram.

Um terceiro ponto importante é acompanhar algumas publicações que tratem de negócios e de inovação. Revistas, portais e blogs são boas fontes. Gosto muito também, e por isso deixo como dica, o que o guru Tom Kelley chama de mentoria reversa, ou seja, escolher uma pessoa 5 anos mais jovem que você e trocar ideias com ela com frequência sobre problemas e desafios do mundo atual. Nós temos a tendência a achar que a idade mais avançada significa necessariamente mais capacidade de entender o mundo e resolver problemas. Está provado que isso é uma grande bobagem. Pare para pensar e procure conhecer a idade média das pessoas que têm criado os negócios, ideias e produtos mais inovadores e disruptivos. Você vai se surpreender. A imensa maioria é composta por jovens, teoricamente “sem grande experiência”.

Por fim, o pano de fundo de tudo isso, independente das ações a serem implementadas – a certeza de que no mundo atual temos que ser eternos aprendizes. Temos que aprender a aprender e também aprender a desaprender. Só assim estamos preparados para este mundo exponencial no qual vivemos. Quem adotar essa postura de “eterno aprendiz” não só estará no jogo como nunca vai saber o que é depressão e nem tédio. Esse momento histórico que estamos vivendo é muito legal. Aproveite! Até o próximo.

por Marcelo Veras
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