Dizem que um dos primeiros registros de marca com uso comercial se deu quando um comprador de whisky fazia uma segunda compra de um comerciante que viajava vendendo o seu produto e o questionou se aquele whisky era do mesmo fabricante da compra feita um ano atrás. O comprador queria, a qualquer custo, saber se a procedência daquele produto era a mesma e se dava para confiar. Daí um produtor teve a ideia de gravar o seu nome nos barris, como forma de garantia de procedência. Assim, quando os compradores viam aquela assinatura (marca), tinham a certeza de que estavam comprando o mesmo produto de sempre. E assim, com diz a história, surgiram as marcas. Se é verdade ou não, não importa. O que importa é que os compradores sempre querem uma segurança em relação ao que vão receber, e as marcas cumprem esse papel, além de outros.
Hoje quero falar de uma marca chamada “Badu”. Assim ela é conhecida, embora o seu nome “Eliane El Badouy” seja pouco falado. Ela é simplesmente a Badu. Trabalho com a Badu desde 2001. Fui par dela, como professor e coordenador de área, e chefe por muitos anos. Nesse tempo todo, comemos mais de 2 sacas de sal juntos, ou seja, conheço muito bem a Badu, como profissional e como pessoa. Criamos muito juntos, “brigamos” muito em reuniões de discussões de projetos e debatemos muito. Aprendi muito com a Badu e acho que lhe ensinei algumas poucas coisas. A nossa relação era estranha aos olhos de muitos. “Brigávamos” em praticamente todas as reuniões acadêmicas. Tínhamos algumas divergências e debatíamos como se o bicho fosse pegar. Mas todas as discussões eram sobre o “como”, mas nunca sobre “o quê”. Queríamos a mesma coisa. Uma Educação de qualidade, projetos e métodos que pudessem melhorar cada dia mais a formação daqueles que mais amávamos – os nossos alunos. Sempre, ao final de uma reunião, principalmente quando a gente “brigava” muito, nos abraçávamos e um dizia para o outro: “Adorei a nossa briga de hoje”. E ríamos...
Algumas pessoas, inclusive colegas de trabalho, achavam meio estranho. As discussões às vezes eram duras, mas isso nunca, nem de perto, afetou a nossa relação profissional e pessoal. Muito pelo contrário, quanto mais discutíamos, sempre em alto nível e com foco na melhoria do nosso projeto, mais nos admirávamos e nos respeitávamos. Sabe por que? Por uma razão muito simples: Eu adoro pessoas autênticas. E se, além de autênticas, forem inteligentes como a Badu, aí eu AMO.
Dedico esse texto de hoje à “Autenticidade”. Aliás, a primeira competência comportamental do meu modelo, que desenvolvo há 10 anos. “Ser quem você é, não usar máscaras e deixar que as pessoas com as quais você convive também sejam autênticas”. Uma competência simples de entender, mas tão rara hoje como político honesto.
Tenho certeza absoluta que, se você parar para pensar, concluirá que é melhor estar cercado de pessoas autênticas, mesmo que discordem de você de vez em quando, do que viver cercado de pessoas que usam máscaras e só dizem o que pensam quando estão nas suas costas.
Hoje quero dizer que conheço, convivi e vou conviver ainda mais com a personificação da autenticidade – a Badu. Se você não a conhece, posso te apresentar. O coração dela é enorme e sempre cabe novos amigos. Até o próximo!