Desde meados de 2014 quando começaram as manifestações mais contundentes, pouco antes da copa do mundo, o Brasil entrou num atoleiro. De lá pra cá, só notícia ruim. Economia andando para trás, inflação disparando, contas públicas na UTI, Confiança dos empresários minguando. O resultado? Freio no consumo, nos investimentos e... demissões, muitas demissões.
As estatísticas são alarmantes. Os últimos números apontam 7 demissões por minuto no Brasil. 60 milhões de brasileiros com contas atrasadas. O quadro é grave e não tem solução fácil. Independente do que aconteça com as questões políticas, se muda ou não o governo, o problema do Brasil é sério e vai exigir muito esforço de todos para sairmos dessa.
Por outro lado, para quem já viu e viveu na pele outras crises, uma certeza: crise tem a natureza das coisas da vida, e como tudo da vida, também vai passar.
Portanto, se você engrossa a fila de quem foi vítima do momento, tenho algumas considerações e recomendações. Vamos a elas:
Em primeiro lugar, entenda que muitas pessoas sofreram e estão sofrendo o mesmo baque. Não se condene em demasiado. A maioria das demissões desse momento não são por desempenho ou competência, mas por necessidade de corte de gastos. Não estou pregando aqui que você tenha sangue de barata. Pode sofrer um pouco, mas só um pouco. Você tem “trabalho” a fazer e vai precisar de motivação, disciplina e serenidade.
Em segundo lugar, saiba que existem vagas disponíveis no mercado. Sempre há rotatividade nas empresas. Portanto vire a página, descanse um pouco se for o caso, pegue fôlego e mãos à obra. Vamos em busca do novo emprego. Ele existe, mas não vai bater na sua porta. Você vai ter que encontrá-lo.
Faça um balanço da sua trajetória na empresa que acaba de sair. Deixe a emoção de lado e faça uma análise racional. Peça ajuda a alguém que você confie. Esse entendimento é muito importante para que você se prepare para as futuras entrevistas e tenha consciência de quais são as suas qualificações e áreas de necessidade de melhoria. Autoconhecimento nesse momento é fundamental. No meu Blog (marceloveras.com) há uma ferramenta de avaliação 360 graus, gratuita. Se quiser avaliar como você está em 27 competências, pode ser um bom momento para fazê-lo.
Monte uma lista de pessoas que você conhece, mas principalmente que lhe conhecem. Veja quais delas estão em empresas e cargos que possam lhe interessar, ou que possuam bons contatos no mercado. Tente agendar um encontro rápido. Leve o seu currículo atualizado, abra o jogo e peça ajuda, de peito aberto. Isso não é humilhação, é sinceridade e pragmatismo.
Costumo dizer que procurar emprego tem que ser um trabalho, com jornada diária de 8 horas, no mínimo. Acorde, lave o rosto, vista-se adequadamente e vamos à luta. Você deve falar, trocar email, ou encontrar pessoalmente, com pelo menos 6 pessoas por dia.
Outro ponto muito importante - aproveite o tempo livre para fazer o que poucos fazem quando estão em transição – estude. A partir da análise que fizer das suas competências e das conversar que tiver, busque um ou dois temas para estudar. Se tiver condições, vá para alguma escola com curso presencial. Além de aprender, você vai conhecer outras pessoas que estão no mercado e que podem gerar oportunidade. Caso contrário, a internet está cheia de cursos gratuitos em diversas áreas.
O importante é não desanimar. Cerque-se de pessoas otimistas, alegres e bem-humoradas. Acorde todo dia e vá em busca da sua recolocação. Faça disso uma profissão. Exerça com foco, determinação e otimismo. Há oportunidades, mesmo na crise.
E, por fim, nunca se esqueça de uma coisa: A nossa vida é cheia de altos e baixos. Os momentos ruins nos deixam grandes lições, que serão úteis no futuro. A crise vai passar, a sua carreira vai retomar o bom rumo e você sairá mais forte do que entrou. Um dia, com certeza, vai até relembrar desse momento com bom humor. Acredite! Boa sorte e, principalmente, bom trabalho. Até o próximo!