Terremoto no Nepal, crise de refugiados na Síria, atentados na França, voo russo derrubado no Egito, Estado Islâmico destruindo patrimônio histórico e matando sem dó. Por aqui, corte brutal nos investimentos em Educação, escolas invadidas, greves e mais greves, nível de desemprego nas nuvens, mas de 60.000 varejos fechando as portas, inflação batendo dois dígitos, tragédia em Mariana e morte do Rio Doce, corrupção em todos os escalões do governo, recessão econômica, demissões, queda de investimentos, pessimismo generalizado entre os empresários, Museu da língua portuguesa pegando fogo, microcefalia, zica, e outras mazelas. Ufa! Com a lista acima (que nem é completa), dá mesmo vontade de desejar que 2015 morra logo. Aliás, ouvi essa frase de muita gente nesse final de ano. Definitivamente, não foi um ano fácil.
Por outro lado, se deixarmos a emoção de lado e analisarmos este momento com mais cautela, veremos que 2015 vai deixar algumas lições. A primeira foi que 2015 nos mostra que o mundo é cíclico. Essa não é a primeira e nem a última crise que enfrentamos. Um dia ela vai passar e retomaremos o otimismo e a boa rota. Segunda: esse ano deu uma (dura) aula para quem gasta tudo o que ganha, para quem não investe em educação continuada e para quem acha que é inatingível. Terceira: 2015 está sendo um ano muito importante para a limpeza ética e moral que o país precisa. Os tapetes estão sendo levantados como nunca antes e tem gente indo parar na cadeia como nunca se acreditou que fosse possível, de senador a banqueiro. Ou seja, 2015 vai mas deixa a sua marca e seus recados. Falaremos muito dele daqui há 10 anos. Não tem só coisa ruim não.
E você? Como foi o seu 2015? Você está no grupo que odeia este ano ou não? Esta última semana do ano é uma boa oportunidade para se fazer balanços. Mas os balanços devem ser bem feitos. Em que sentido? Bom, temos que analisar dois conjuntos de variáveis para fazermos um bom balanço. O primeiro é o das variáveis incontroláveis. A economia e a política, por exemplo, afetaram a todos nós. Embora tenhamos escolhidos os governantes que hoje estão fazendo essa lambança, o nosso nível de controle sobre essas variáveis é muito baixo. Quem perdeu o emprego, um contrato ou um cliente por conta da crise não precisa ficar com baixa autoestima ou se martirizando. Essas coisas acontecem, e a culpa não é sua, pelo menos em parte. Por outro lado, temos três variáveis que estão 100% sob nosso controle – o nosso tempo, o nosso dinheiro e a nossa energia mental. O que fazer com esses três recursos é decisão nossa, 100% nossa. E pergunta é uma só: - O que você fez com esses recursos? Como você administrou o seu tempo? Como administrou o seu dinheiro? Onde colocou energia e foco? Aqui o papo é outro. Não dá para colocar culpa no governo, na política ou na economia. Essas decisões são nossas. E como sempre tenho dito, os frutos do futuro são resultados das sementes que plantamos e cuidamos hoje. Portanto vale essa reflexão de como você se posicionou pessoalmente, financeiramente e profissionalmente ao longo desse ano.
Por fim, quero dizer que, no final das contas, há uma coisa que precisa ser muito comemorada por quem a tiver. Refiro-me à saúde. Por pior que tenha sido o seu ano, se você estiver com saúde, comemore. Porque com saúde seguimos em frente, continuamos remando e lutando pelas coisas que queremos, superamos as crises e seguimos em frente. Sem saúde, aí sim a vida fica difícil. E tem muita gente que desejaria estar com uma boa saúde e não está. Portanto, se você está bem, respire fundo, faça uma boa análise do ano que se vai e prepare-se para o que virá. Dedique mais tempo para planejar 2016 do que ficar falando mal de 2015. Esse já foi e não há mais nada a fazer. Agora é focar no futuro próximo e decidir onde vamos alocar o nosso tempo, dinheiro e energia. Só isso pode fazer com que 2016 seja melhor do que 2015. Até o próximo e muita saúde em 2016!