“Duas virtudes raras atualmente”
Nessa semana, tive a oportunidade de fazer duas palestras, tratando de dois temas que amo e que têm uma forte relevância para a vida das pessoas. A primeira foi sobre “Corpo e carreira”, onde compartilhei a minha experiência pessoal e meus conhecimentos sobre os efeitos de uma boa saúde no trabalho, em prol da criatividade e produtividade. Com um grupo de executivos de uma empresa parceira da Inova Business School, fiz uma rápida apresentação e depois debatemos o assunto por quase uma hora. A segunda foi sobre “Finanças pessoais”, desta vez para colaboradores do grupo que trabalho. Mais uma vez, compartilhei a minha experiência, meus conhecimentos e ferramentas de gestão de finanças pessoais, tema que considero fundamental para qualquer pessoa e em qualquer momento da vida e da carreira. Mais uma vez, tivemos a oportunidade de debater e pude ouvir considerações, entender seus medos e desafios pessoais, principalmente no que diz respeito a mudanças de hábitos. Tanto quando se trata de saúde física quanto saúde financeira, todos são unânimes em concordar que é preciso fazer coisas, mudar hábitos, deixar de fazer coisas, incorporar novas posturas e atitudes. Mas é exatamente aí que o bicho pega. O abismo entre o que sabemos que precisa ser feito e o que realmente fazemos, tantas vezes, pode ser maior do que a distância da terra à lua. Ou seja, como acontece em várias outras dimensões, a coisa trava na execução.
Essa questão sempre me provocou e continua me provocando. Como resolver isso? Como ajudar as pessoas a executarem aquilo que sabem que precisam fazer, mas não conseguem? Tenho certeza de que não sou o único incomodado. Nos cinco continentes devem existir pessoas que pensam nisso. Um cara, aliás, deu uma das maiores contribuições que já vi até hoje nesse tema. O nome dele é Charles Duhigg, que escreveu o livro “O poder do hábito”. Para mim, uma das melhores obras sobre comportamento humano e mudança de hábitos que já li até hoje e que recomendo para todos os meus alunos. Depois desse texto, o entendimento sobre como os hábitos (bons ou não) se desenvolvem e como mudá-los ficou bem mais claro. O desenvolvimento da chamada neurociência tem nos permitido compreender coisas e fenômenos nunca antes pensados.
Mas quero deixar aqui outra singela contribuição para ajudar um pouco mais nessa questão. Na minha visão, qualquer problema só pode ser resolvido se antes for bem compreendido. Se não entendemos o problema, a solução não aparece. Se o compreendemos bem, fica mais fácil. Nas questões que tratei nessa semana (corpo e carreira e finanças pessoais), as minhas dicas mais importantes para aqueles que decidem começar a boa jornada de mudanças na gestão da sua saúde física e das suas finanças pessoais são: Primeiro, desenvolver uma consciência clara de que o futuro da nossa saúde e das nossas finanças pessoais dependem de decisões que tomamos hoje e diariamente. Essa consciência se consegue de forma muito simples. Basta analisar casos reais de pessoas que cultivaram hábitos e analisar seus resultados no curto, médio e longo prazos. Além disso, existem indicadores claros e mensuráveis de saúde física e financeira. Basta medi-los e analisá-los. Em segundo lugar, precisamos desenvolver uma coerência entre as nossas ações e os nossos discursos. Citei um caso de uma pessoa que cuidava da saúde física tão bem quanto um leão com fome cuidaria de um filhote de gazela. Pois bem, um belo dia, quando recebeu uma notícia péssima sobre a sua saúde, ficou surpreso e inconformado. Ou seja, uma incoerência tremenda, porque com os hábitos que tinha a última coisa que podia esperar que aquilo acabasse bem.
Enfim, consciência e coerência – essas duas palavrinhas fazem milagres e transformam vidas. Ter clareza de onde estamos e como estamos, e depois elaborar um plano coerente com os nossos objetivos, representam a chave do sucesso, não só na saúde e nas finanças pessoais, mas em tudo na vida. Até o próximo!