“Enquanto eu escrevia este artigo, ele partiu...”
Há oito anos estudo e sou um “missionário” do tema planejamento de carreira. Acredito que essa ferramenta é fundamental e decisiva para atingirmos os nossos objetivos. Planejar é pensar e criar um estado futuro. Planejar é administrar bem os nossos recursos escassos – tempo, dinheiro e energia – direcionando-os para os nossos objetivos. Gosto e ensino a planejar.
Entretanto, faço sempre questão de enfatizar que o futuro é o futuro. Por mais que tenhamos um ótimo planejamento, existem inúmeras variáveis que não estão 100% sob nosso controle. Uma delas é a nossa saúde. Podemos e devemos sempre cuidar bem dela, mas nunca temos 100% de controle, assim como não temos controle sobre a economia, o clima, entre outros. Esses fatores incontroláveis não devem nos desmotivar em relação ao nosso planejamento, muito pelo contrário. Planejar nos ajuda até a enfrentar estes desafios. Mas devemos ter sempre uma clareza muito forte e um equilíbrio entre o curto, o médio e o longo prazo. Não se pode viver 100% no futuro e esquecer que o presente é a única coisa concreta que temos. Também não é inteligente viver apenas o momento presente e não se preparar para o futuro.
O título deste artigo (A vida é frágil) é a minha reflexão dessa semana. Confesso que está até difícil escrever. Não paro de pensar no meu grande amigo e parceiro, Professor Antônio Marques. Acabei encher a minha tela com a sua foto no perfil no facebook e simplesmente não acredito no que está acontecendo. São mais de 13 anos juntos como professores em Campinas, Piracicaba e São Paulo. Um grande mestre, um inquieto, um cara cheio de energia, sempre com um sorriso estampado na cara. Um cara do bem, que ama a sala de aula, ama seus alunos e que tem sempre um discurso positivo, mesmo em situações difíceis.
O professor Marques teve a sua vida (intensa e vibrante) virada de cabeça para baixo em menos de 10 dias. Ele está internado, lutando pela vida e em uma situação gravíssima. Numa quinta à noite deu aula, aplicou prova, fez piada com uma aluna que, coincidentemente, trabalha comigo e foi para casa. Na sexta de manhã, foi pro hospital e não saiu mais, até hoje...
No final de 2013 um outro grande amigo, Marcelo Dias, dormiu e não acordou. No início de 2014, meu pai descobriu um câncer e faleceu em menos de 50 dias. Agora, o professor Marques entre a vida e a morte. Tudo isso, com pessoas tão queridas e próximas, me faz pensar sobre como devemos ter uma consciência forte de que “a vida é frágil”. Além disso, penso que devemos constantemente fazer os nossos balanços, ou seja, parar um pouco e refletir sobre como estamos conduzindo a nossa vida, as nossas relações, a nossa saúde e o nosso trabalho. Como não sabemos como e quando o nosso relógio vai parar, é importante estar sempre com as “contas” em dia. Balanços fazem bem.
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Nossa! Acabo de receber uma ligação neste exato momento com a informação do seu falecimento. Que triste coincidência... Eu aqui falando dele e... Que tristeza...
- Meu amigo “Professor Marques”, caso exista alguma forma de você ler estas palavras, quero te dizer algumas coisas: Primeiro, que o seu legado aqui foi enorme e lindo. Segundo, que os seus alunos e ex-alunos nunca se esquecerão de você, do seu conhecimento e do seu carisma. Terceiro, que você descanse em paz e leve para o ceú tudo de bom que tem. Você vai fazer muita falta, muita.
É isso. Hoje o dia acaba triste, muito triste. Os bons deveriam viver mais, não menos. As pessoas de caráter não deveriam adoecer, não deveriam sofrer, muito menos nos deixar. Mas essa é a vida, frágil e imprevisível. A qualquer momento, tudo pode mudar. Portanto vamos brindar pela vida, cuidar dos nossos, ficar próximo de quem amamos, cuidar da nossa saúde e planejar o nosso futuro, mas sempre fazendo os nossos balanços e estando preparados para tudo. Até o próximo, se eu ainda estiver por aqui.