“A gente é o que come”
Quando comecei a escrever esta série, achei que seria difícil fazer links diretos e eficazes entre a saúde física e a carreira. Pelo número emails que recebi ao longo das últimas semanas, percebo que estava equivocado e que, na verdade, consegui, minimamente, produzir alguma reflexão sobre esta questão tão óbvia, importante e negligenciada por tanta gente. Fico feliz de ter motivado algumas pessoas a mudarem hábitos ou, pelo menos, começarem a pensar no assunto.
Hoje encerro esta série tratando do fator que talvez seja um dos mais importantes na conversa sobre saúde, bem estar e trabalho – o que comemos. O ditado “você é o que come” está entre os mais assertivos e verdadeiros que já ouvi na vida. Já discutimos aqui a frequência ideal de alimentação e a sua importância. Comer várias vezes ao dia (em poucas quantidades) acelera o metabolismo, faz bem para o balanço energético e nos dá mais disposição para trabalhar e produzir mais. Comer sem fome é a regra do jogo. Mas a questão central aqui hoje é “o que comer”, e principalmente “o que não comer”.
Bato nessa tecla há anos. A capacidade de fazer escolhas e, por consequência, renúncias, é a chave para o sucesso em qualquer dimensão da vida. Na alimentação, não poderia ser diferente. Também já disse que a ignorância é a mãe e o pai de todos os males. Portanto tenho sempre defendido que você escolha um tema e inicie uma jornada de aprendizado sobre o mesmo, seja com pessoas da sua confiança e conhecem o tema, seja com profissionais da área. No caso na alimentação, temos o apoio de dois tipos de profissionais muito bacanas: O nutricionista e o endocrinologista. No meu caso, há 11 anos, fiz uma imersão sobre o tema com um nutricionista esportivo. Aprendi muito sobre os alimentos, suas funções e as práticas de consumo ideais de cada tipo de alimento. Fiquei fascinado com algumas coisas e isso me motivou a mudar rapidamente vários (péssimos) hábitos que tinha na fase do desconhecimento.
Aprendi os tipos, conceitos e funções dos alimentos classificados como carboidratos, proteínas, fibras, gordura (saturada e não saturada). Aprendi que os alimentos possuem uma classificação chamada de “índice glicêmico”, ou seja, em linguagem não técnica, a velocidade com a qual descarregam o carboidrato na corrente sanguínea, forçando um pico de produção de insulina e gerando um armazenamento de gordura. Aprendi também que se comermos alimentos ricos em carboidratos à noite, antes de dormir, vamos descarregar energia no organismo no momento em que menos precisamos – durante o sono. E isso, por consequência, produz uma geração e um acúmulo de gordura. Não posso me esquecer de outro aprendizado importante: as fibras, alimentos considerados funcionais, são essenciais para melhorar as funções vitais, tratar e prevenir doenças e reduzir a velocidade de descarga de açúcar na corrente sanguínea. Enfim, aprendi muita coisa legal. Juro: se você embarcar nessa viagem e começar a estudar um pouco sobre os tipos de alimentos, irá entender com muita precisão os números que você vê na balança e a sua disposição para as atividades profissionais e pessoais.
Este conhecimento me fez tomar algumas decisões. O golpe foi rápido e rasteiro. Só para dar alguns exemplos: Não como mais carboidrato depois das 20h, com raríssimas exceções. Cortei a gordura da minha vida e descobri que vivo muito bem sem a gordura da picanha. Não encosto mais em fritura (salgados, carnes à milanesa etc). Prefiro os grelhados ou feitos ao forno. Nada com exageros ou grandes sacrifícios. Tudo com equilíbrio e bom senso, mas tomei decisões sobre a minha alimentação e não me arrependo de nenhuma delas.
O resultado? Bom, creio que a melhor forma de você descobrir é ter a experiência por si próprio. Só garanto uma coisa. Qualquer coisa que você faça no sentido de se alimentar melhor terá um impacto rápido e visível na sua disposição, criatividade e desempenho na sua vida e carreira. Comece! Até o próximo!