“Bons resultados começam com bons planos”
Quero começar este artigo dizendo que ele é uma continuação do artigo 17, que aborda a competência comportamental Empreendedorismo.
Relembro aqui a sua definição e os seus atributos:
Definição:“Capacidade de visualizar oportunidades, calcular e assumir riscos, e implantar planos e projetos que gerem valor”.
Atributos:
- Capacidade de visualizar oportunidades;
- Competência para calcular o risco desta oportunidade e coragem para assumi-lo;
- Capacidade de elaborar um plano para aproveitar esta oportunidade;
- Capacidade de implantar o plano criado.
Hoje tratarei dos dois últimos atributos da competência Empreendedorismo. Eles dizem respeito a algo que nós, brasileiros em geral, não gostamos muito de fazer. Planejar. Pensar antes de agir. Organizar o passo a passo de um projeto, pessoal ou profissional. – A vida é muito corrida. Não dá tempo de planejar. – Quem planeja demais não executa. Prefiro errar fazendo. – Para que planejar se tudo muda o tempo todo? Estas são frases comuns que já ouvi de profissionais que defendem a tese de que planejamento é dispensável.
Se formos ao dicionário veremos que a definição de planejamento pode ser resumida em “Pensar e criar um estado futuro”. Não é a toa que esta ferramenta pode ser utilizada nas mais diversas situações. De uma viagem de férias a um projeto de lançamento de um novo produto ao mercado. De um casamento a um orçamento de uma área da empresa.
Eu costumo analisar o tema de uma forma bem mais direta e menos filosófica. Na minha visão, tudo o que quisermos conquistar na vida depende fundamentalmente de três recursos: Tempo, Dinheiro e Energia mental. Já falei disso antes, em artigos anteriores. E estes três recursos, infelizmente, não são infinitos. Se fossem, poderíamos hoje mesmo eliminar a palavra planejamento do nosso dicionário. Esta ferramenta, na minha visão, só existe e tem um poder enorme porque estes três recursos são escassos. Olhe a sua volta e busque pessoas bem sucedidas em qualquer área. Tenha certeza que todas elas canalizaram por um tempo considerável estes recursos para objetivos muito claros, mesmo que de forma inconsciente. No mundo atual, a excelência em nada vem por acaso. O sucesso em nenhuma área profissional é fruto do acaso. Quem acredita nisso, está extremamente desinformado. Do esporte ao mundo empresarial, profissionais de sucesso traçaram objetivos claros e desafiantes para suas vidas e canalizaram tudo o que tinham de força e energia para este fim.
Da hora em que acorda até a hora que vai dormir, você toma centenas de decisões envolvendo estes três recursos. Quanto do seu tempo vai se dedicar a este ou àquele projeto, quanto de dinheiro vai gastar com isso ou com aquilo, se vai se envolver emocionalmente mais com uma coisa ou com outra. E destas decisões, do uso destes três recursos, os resultados aparecem. Ou não.
Planejar significa pensar previamente em como estes recursos serão aplicados. Onde eles darão maior retorno e como eles me levarão rumo aos meus objetivos. Portanto, estes dois últimos atributos da competência Empreendedorismo fecham o ciclo e fazem com que as idéias e os projetos concebidos se transformem em realidade.
Um bom plano, para ser elaborado, precisa obedecer a algumas regras. E é incrível como poucas pessoas sabem disso e conseguem sequer elaborar um plano corretamente. Vamos a elas:
1- Um objetivo. Nenhum plano faz sentido se não houver um objetivo por trás. E a metade dos planos morre aqui. Sabe por que? Porque poucas pessoas também sabem como elaborar um objetivo corretamente. E se o objetivo não estiver elaborado corretamente, o plano não serve para nada. Um objetivo, seja ele pessoal ou profissional, precisa ter cinco elementos: Dever ser claro. Orientado no tempo. Mensurável. Alcançável e Desafiante. Somente com estes cinco elementos um objetivo faz jus a um plano de ação. Toda vez que você traçar um objetivo, cheque se estes cinco elementos estão definidos.
2- A estrutura correta. Um planejamento precisa começar com o objetivo. Depois disso, ele precisa, considerando os recursos disponíveis (tempo, dinheiro e energia mental), definir como estes serão utilizados, durante que tempo e com que dimensão. A estrutura básica de um plano todos conhecem:
- Ação
- Prazo
- Responsável
- Recursos necessários
3 – O acompanhamento. As gavetas estão cheias de planos, às vezes bem elaborados, mas que não dão em nada. A capacidade de execução depende de como o plano é supervisionado e acompanhado. E a disciplina de fazer este acompanhamento, seja ele com que freqüência, não é difícil de desenvolver. Se você tem um bom plano e tem convicção de que quer implantá-lo, tenha-o junto com você 24 horas por dia. E acompanhe cada etapa, fazendo os ajustes necessários dependendo da necessidade.
Com estes três ingredientes, um bom plano pode ser elaborado e implantado. E lembre-se que, aqui estamos com foco total para a competência Empreendedorismo, que nos convida a buscar oportunidades em tudo, calcular e aceitar riscos e elaborar planos eficazes para aproveitar estas oportunidades com projetos que criem valor. Ou seja, aqui estamos falando do planejamento e da execução. Sem isso, não adianta estar ligado nas oportunidades e não conseguir transformá-las em projetos concretos.
Mesmo que se considere bom no assunto, exercite mais uma vez estes dois atributos. Veja se, ao planejar, você não está cometendo erros estruturais de elaboração e execução. Não conheço pessoas que usaram esta ferramenta com eficácia e não colheram frutos. Ela funciona. Acredite nisso. Bons resultados dependem de boas idéias, bons planos e uma capacidade de execução forte. Com isso, você fecha o ciclo desta competência comportamental chamada Empreendedorismo e está preparado para desenvolvê-la. A competência que, na minha modesta opinião, tem o maior poder de alavancar uma carreira em qualquer área.
No próximo artigo eu quero explorar um pouco mais a questão da execução. Já vi bons planos não darem resultados por erros na execução. E este é um tema que merece um recorte especial.