“Os fins justificam os meios” (Maquiavel)
Há quase7 bilhões de pessoas no mundo. É normal e aceitável que, no meio de tanta gente, existam pessoas de todos os tipos. Pessoas do bem e pessoas do mal. Sempre foi assim e não seria diferente agora. Tenho certeza que você já conheceu gente de ambas as “espécies”. Ao longo da nossa vida e carreira conhecemos e convivemos com quase todo tipo de caráter que possa existir sob a face da terra. Muitas vezes sequer temos a opção de escolher as pessoas que nos cercam. Na vida pessoal é até mais fácil, mas nos ambientes profissionais quase nunca podemos escolher a dedo cada pessoa que irá conviver ou trabalhar conosco. No caso de pares e superiores, não temos nenhum poder de decisão. Em relação a subordinados, às vezes também não temos, até porque podemos assumir uma equipe que já existe e não é possível, por várias razões, trocar todos os que não nos agradam. Ou seja, na maioria das vezes não decidimos com quem trabalhamos.
No time do mal, há vários estilos. Não faltam estudos psicológicos com perfis mapeados de pessoas que gostam da maldade. Mas todos, ou quase todos, são movidos por um grupo relativamente pequeno de motivos. Inveja, ganância, prepotência e arrogância. Estes são alguns dos gatilhos mais comuns e que fazem surgir nas empresas verdadeiros ninhos de cobras. As pessoas deste grupo, em escalas diferentes e com métodos diferentes, se concentram em fazer o mau. Elas dedicam um tempo do seu dia para isso e os métodos são muito variáveis. Há aqueles que fazem o mal a outro sempre que têm uma oportunidade. Há outros (os piores) que planejam com riqueza de detalhes e cometem o “crime” de forma premeditada. Estudam a vítima, analisam seus pontos de vulnerabilidade e preparam um ataque onde mais possa prejudicá-la. Você conhece alguém assim? Se não conhece, lamento informar que algum dia no futuro irá conhecer e conviver com um. Ninguém está imune a isso.
Nesta última semana presenciei um fato nesta segunda categoria. Uma pessoa extremamente competente e séria foi alvo de uma maldade premeditada e quase inacreditável, pelo nível de premeditação e planejamento que foi cometida pelo autor. Um ato pensado, planejado e com enorme poder de prejudicar o outro. Ouvi de várias pessoas que acompanharam o fato de perto a seguinte frase: “Eu não acredito que alguém é capaz de fazer uma coisa desse nível com um colega de trabalho”. A pessoa que foi alvo da maldade me disse textualmente: “Eu achava que conhecia a maldade, mas agora tenho certeza”.
Este fato me fez pensar e escrever a respeito. Já tangenciei este assunto várias vezes neste espaço e continuo convicto de que todos nós precisamos aprender a lidar com ambientes onde cobras peçonhentas habitam ou visitam de vez em quando. Não dá para se blindar disso. Aliás, não acredito que exista uma empresa no mundo que não tenha um grupinho de pessoas do mal e que estão sempre prontas para atacar, principalmente pessoas competentes e que estão focadas em trabalho e resultado. Não existe. Se alguém conhecer, por favor, me conte.
Se esta tese é válida, só há uma coisa a fazer – saber conviver nestes ambientes. A receita do bolo é simples. Em primeiro lugar, afaste-se dessas pessoas. Se você é do time do bem, afaste-se do time do mal. Simples assim. Até brinco com meus alunos dizendo que devemos, para cada pessoa do mal que temos na empresa, precisamos nos aliar a três pessoas do bem. E vamos combinar uma coisa – pessoas do bem existem aos montes. Aproxime-se delas. Segundo, com cobra não se brinca. Evite conversar. Evite compartilhar projetos, ideias e informações confidenciais. Coloque essa turma na geladeira. Este também é um bom antídoto. Obviamente, se você tiver o poder e o momento permitir, exclua esta pessoa da equipe. Mas se não for o caso, conviva como você conviveria com uma cascavel. Fique perto o suficiente apenas para o que for necessário. E sempre atento, porque cobras picam. Até o próximo!