“Julgue sempre após assistir o filme. Nunca ao ver a foto”
Todos nós sabemos a diferença entre uma foto e um filme. A foto é um retrato momentâneo, o registro de um único momento. Um flash minúsculo do que está acontecendo. Em um clique, é o que dá para se ver. Já no filme, há uma história, um contexto, uma continuidade de ações e fatos. Se você tirar uma foto da TV ou da tela do cinema durante um filme e mostrar para várias pessoas que não o assistiram, perguntando a sua opinião sobre o mesmo, verá que elas terão uma dificuldade enorme de avaliar. A razão é simples – com uma foto, dá para ver muito pouco (ou quase nada) de um filme. Não é à toa que, quando queremos registar bem uma viagem ou uma festa, tiramos várias fotos. Montamos um álbum e depois mostramos com prazer, contando a história do evento através de diversos registros de momentos. Com um álbum, dá para se ter uma ideia melhor do que houve, não é mesmo?
Bom, esta semana estava conversando com uma colega e ela me contava que estava bastante decepcionada com um fato recente que acontecera na empresa. Este fato a fez se questionar se os rumos da empresa ou da gestão de pessoas era o que queria para si e para o seu futuro. O ocorrido, de fato, mostrava sinais de que a sua preocupação era absolutamente pertinente e compreensível. Mas, conhecendo bem o acontecido e o contexto em que ocorreu, eu disse que este parecia mais um fato isolado. Em outras palavras, tratava-se de uma fotografia e não do filme que estava passando ou por vir. Pedi que tivesse um pouco mais de paciência e que acompanhasse de perto as cenas dos próximos capítulos, porque sei bem o que está por vir nesta empresa e, conhecendo bem esta pessoa, o filme que virá é bastante interessante para ela, embora a foto que ela viu não fosse tão bonita.
Na carreira e na vida, muitas vezes cometemos o erro de avaliar as coisas e as pessoas apenas por uma foto. É muito comum, ao conhecermos alguém, formarmos um juízo precipitado. Isso tem nome e sobrenome – preconceito. Quem não já conheceu alguém, fez um juízo rápido e depois mordeu a língua, para o bem ou para o mal? Quem já não descobriu com o tempo que uma pessoa que parecia (no primeiro contato) chata era na verdade alguém muito legal. E vice versa? Creio que todos os habitantes do planeta já fizeram algum tipo de prejulgamento equivocado, não acha?
Nas empresas não é diferente. Às vezes julgamos coisas no ambiente profissional de forma muito precipitada. Sempre defendo que nada é mais revelador do que o tempo. Com o tempo, todas as máscaras caem, todos os projetos sem fundamento afundam e todas as pessoas mostram as suas reais competências e fragilidades. Portanto esta máxima de procurar sempre olhar o filme e não a foto, vale como nunca.
Portanto, em períodos de mudança ou quando estiver conhecendo novas pessoas e novos processos, sempre procure enxergar além dos fatos, além das fotos. Se você ficar atento a isso, irá reduzir bastante a probabilidade de fazer julgamentos precipitados e depois morder a língua. Ou, pior, tomar uma decisão baseada em um fato isolado e depois chegar à conclusão de que aquilo era apenas um ponto fora da curva. Julgue mais os filmes e menos as fotos. Até o próximo!