Artigo 151 – Falta de assertividade ou de educação?

por Marcelo Veras | 24 de fev de 2014

 “Um belo exemplo do que nunca fazer”

 Tenho procurado não fazer deste espaço um muro de lamentações, mas confesso que não faltam exemplos e situações que me levam a pensar: - Não, essa eu tenho que dividir com os meus leitores! Vamos lá. Desde novembro do ano passado estou em uma cruzada de visitas a empresas e entidades de classe para apresentar um novo projeto de Educação que estou envolvido, visando firmar parcerias e propor soluções em Educação executiva. Pois bem, como tenho uma grande rede de contatos, em muitas empresas não é difícil começar a conversa no nível de diretoria. Entretanto, como este assunto, via de regra, é conduzido pela área de Recursos humanos, sempre procuro ficar atento para não atropelar ninguém e conduzir o processo respeitando a hierarquia e as responsabilidades de cada área. Pois bem, em uma empresa (grande, diga-se de passagem) que conheço o Vice presidente, fiz questão de perguntar a este meu colega a indicação da pessoa responsável pelo RH, para que eu pudesse agendar a reunião e apresentar o projeto e a proposta de parceria. Peguei o contato com ele e enviei um email, no início de dezembro do ano passado. Nenhuma resposta. Até aí, tudo bem. Pode ser que o meu email tenha ido para a caixa de span, sei lá! Um dia encontrei com este meu colega e ele me perguntou se a coisa tinha andado. Eu disse que não tinha recebido resposta, mas que iria tentar de novo. Enviei outro email logo na sequência. A resposta veio uma semana depois. Já era quase semana do Natal. Nela, este gerente de RH propôs uma data para me receber – 06 de fevereiro. Achei estranho porque ainda estávamos em dezembro. Mas tudo bem. Vai ver a agenda de janeiro desta pessoa é muito complicada, sairia de férias ou coisa do gênero. Precisamente no dia 05 de fevereiro (um dia antes da tardia reunião), recebo um email dele alegando um imprevisto e propondo uma nova data. Quanto ao imprevisto, tudo bem. Isso acontece. Mas a nova data proposta foi 13 de março, mais de um mês adiante. Quase não acreditei quando li. Respondi que iria checar a minha agenda e que responderia. Esqueci o assunto e não entrei mais em contato. 

 Pode ser que eu esteja exagerando, mas confesso que determinadas posturas de pessoas que se escondem atrás de uma marca corporativa para serem arrogantes e mal educadas com todos ainda me assustam. Tanto pelo absurdo em si, como pela burrice generalizada destes profissionais. Chamo isso de burrice porque estas pessoas não têm ideia do quanto elas detonam a imagem da empresa em que trabalham, como também a sua própria. Acho que elas acreditam que sempre poderão se esconder atrás deste (falso) escudo e agir desta forma com quem quiserem. Ah, que inocência. Como já escrevi aqui em artigo recente, o mundo dá voltas.  Um dia esta conta chega e terá que ser paga.

 Quando o meu amigo me perguntar de novo se consegui fazer a reunião, a minha resposta será: -  Infelizmente nada andou e nem vai andar, porque existe na sua empresa uma pessoa que conseguiu,  em dois emails,  dar o maior exemplo de falta de educação e de arrogância, falando em nome da sua empresa. Se uma pessoa responsável pelo RH trata um parceiro desta forma, imagino como não deve pensar e agir internamente em relação às políticas e práticas de atração e retenção de talentos. Dá até arrepio só de pensar. 

 Veja, não há nenhum problema em se ter assertividade. Eu ficaria muito satisfeito se, desde o primeiro contato, esta pessoa tivesse me dito que não tinha interesse em conhecer o projeto neste momento. Perfeito, deixaríamos para uma outra oportunidade, sem problemas. Mas tratar a mim ou quem quer que seja, com um descaso que beira a falta de educação, é realmente lamentável. Faço questão de ter este tipo de empresa longe da minha lista de parceiros. 

 Por isso sempre digo e repito: Nunca use o seu cargo, o seu poder ou a marca corporativa para tratar as pessoas com arrogância, descaso ou falta de educação. Esta é uma das maiores demonstrações de burrice que alguém pode dar. O mundo dá voltas, muitas voltas... Até o próximo!

por Marcelo Veras
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