“Um bom prato precisa de bons ingredientes”
A frase acima me faz lembrar o contexto em que ela melhor se aplica. Restaurantes. Mais do que isso, me faz pensar sobre a minha absurda fidelidade a alguns restaurantes e, principalmente, a alguns pratos. “Eu vou sempre no mesmo”. Não quero arriscar. Pra quê, se já sei que vou amar o que sempre peço? Não que eu não esteja aberto a novas experiências, mas gosto da mesmice, desde que seja ótima.
Sempre me perguntei por que alguns pratos, mesmo que feitos pela mesma pessoa e com a mesma receita, dão resultados diferentes. A minha mãe, fã incondicional de comida caseira, ajudou-me a responder esta questão. “A diferença está nos ingredientes”. O resultado final depende, fundamentalmente, dos ingredientes. É como se preparar um prato com filé mignon. Quase qualquer coisa, feita de quase qualquer jeito, fica boa.
No campo profissional, eu já mostrei claramente, nos três artigos anteriores, que o mundo premia quem faz, quem entrega, quem dá resultado. “O prato final é que manda”. O resto é ladainha e teoria barata. Quem achar que vai alcançar seus objetivos sem trabalhar duro e desenvolver as competências necessárias para se diferenciar dos seus pares em suas respectivas áreas vai passar o resto da vida patinando. Se você não leu os três artigos anteriores, faça-o antes de seguir adiante.
Na questão das competências profissionais que farão a diferença neste século, os ingredientes são os conhecimentos e as atitudes. Em outras palavras, as competências técnicas e as competências comportamentais, respectivamente. Estes dois “ingredientes” representam a massa e o molho de um bom macarrão à bolonhesa. Se forem de boa qualidade, o prato final ficará ótimo. Se um deles não for bom, o resultado será ruim. Simples, não? Pois bem, quem entende isso (poucos, infelizmente) sai na frente e deixa um monte de gente comendo poeira na corrida profissional.
E como estamos falando do resultado ao se trabalhar bons ingredientes, vamos ao “prato final” que um profissional, executivo, empresário ou profissional liberal, consegue ao utilizar bons conhecimentos e boas atitudes. Este prato tem nome e sobrenome: Competências gerenciais (Saber fazer). São estas as competências que produzem resultados. São estas as competências que fazem com que uns cheguem lá e outros não. São estas as competências que farão a sua carreira decolar.
Como já contei antes, nós na ESAMC fomos à caça de profissionais bem sucedidos em diversas áreas para descobrir o que os fez ter um padrão de entrega de resultados acima da média. O que os fez vencer a longa maratona rumo às posições de destaque em suas áreas. E descobrimos que existem nove competências gerenciais. Nove “pratos finais” que transformam um profissional, em qualquer área de conhecimento, em alguém desejado pelo mercado, pelos clientes, pela sociedade. Pessoas que, pelo elevado padrão de entrega de resultados, são literalmente empurradas para as posições de destaque em suas áreas.
São elas:
- Liderança.
- Visão global e pensamento estratégico.
- Gestão de pessoas e conflitos.
- Processo de vendas e negociação.
- Trabalho em equipe.
- Gerenciamento e entrega.
- Processo de tomada de decisão.
- Etiqueta empresarial.
- Cultura e valores organizacionais.
Os nomes sugerem o que cada uma representa, mas em nossa pesquisa descobrimos que as definições e os atributos de algumas delas diferem, e muito, do que é defendido por algumas correntes de pensamento vigentes na academia. Há muita gente escrevendo sobre as competências acima. Porém, poucas defesas de argumentos se baseiam na visão de quem tem a maior autoridade moral para falar do assunto: quem chegou lá.
Portanto agora chegamos a um ponto importante nesta longa discussão sobre carreira e sucesso. Chegou a hora de aprofundarmos em cada um destes três grupos de competências. Técnicas, comportamentais e gerenciais. E lembre-se sempre da “quase” equação matemática. SER + SABER = SABER FAZER. Em outras palavras, resultado é igual a conhecimento + atitudes.