Artigo 120 – Foco – O único caminho

por Marcelo Veras | 22 de jul de 2013

"O século XXI será  impiedoso com quem não tiver foco”

Nós estamos vivendo em momento muito singular e raro na história da humanidade. As oportunidades são inúmeras e as possibilidades de carreira, profissões e negócios próprios são quase infinitas. Uma boa parte dos “entendedores” de gestão de carreira defende que os profissionais deste século devem ter um conhecimento amplo, ou seja, devem conhecer um pouco de tudo. O generalismo nunca foi tão defendido no meio acadêmico e profissional. Em breve eu mesmo escreverei uma série de artigos sobre uma importante competência gerencial chamada “Visão Global e Pensamento estratégico”. Ser uma pessoa que transita bem em outras áreas, que consegue dialogar e se relacionar com pessoas de outros departamentos e de outras formações, que consegue discutir um pouco sobre cultura, artes, esportes, cinema etc, significa ser alguém mais preparado para lidar com o novo e com a diversidade.Com quase todos os empresários que conheço e converso, vejo uma tentação enorme de diversificar e entrar em outras áreas de negócio. O argumento é sempre o mesmo e bom: - Existem boas oportunidades em outros segmentos empresariais e tenho vontade de aproveitá-las. Ainda no campo das carreiras individuais, vejo cada dia mais profissionais iniciando estudos em novas áreas de conhecimento. E o argumento também vai na mesma direção. Ou seja, o excesso de oportunidades geradas por um mundo globalizado em expansão econômica é uma tentação diária para experimentarmos coisas novas.Eu mesmo, ao longo da minha carreira, sempre me deixei assediar por novas experiências profissionais. Já trabalhei com bens de consumo de massa, telecomunicações, tecnologia e educação, onde estou há 15 anos. Confesso que sou fraco para as tentações da diversificação e das novas experiências profissionais. Mas estou aqui hoje para defender uma opinião que tenho construído há muito tempo. Se por um lado, a globalização, a internet e a queda das “fronteiras culturais” têm gerado inúmeras oportunidades, por outro lado, esses mesmos fatores têm gerado um nível de competição entre pessoas, empresas e países inacreditável. E a consequência disso é uma só: Quem não for muito bom no que faz está frito. A competitividade atual tem sido impiedosa com o amadorismo. Pare e analise, com calma e profundidade, qual é a real situação das empresas e das pessoas atualmente. Todos(as), absolutamente todos(as) acordam e dormem todo dia com medo de perderem seus empregos ou seus clientes. E a razão é simples. Tem um monte de gente e de concorrentes se preparando para tomar a sua vaga ou os clientes da sua empresa.Este fato, indiscutível, nos leva a uma única (única mesmo!) alternativa. Temos que ser muito bom em alguma coisa. Temos que fazer a diferença em alguma coisa. Temos que ter, como profissionais ou como empresas, algum diferencial que fará com que pensem dez vezes antes de nos trocar.  Concorda? Pois digo que eu estou 110% convicto sobre isso. E digo mais, quem não for capaz de responder em uma entrevista de emprego a pergunta “Em que você faz a diferença?”  terá sérios problemas daqui pra frente.O caminho? Só existe um. Só existe uma forma de uma pessoa ou uma empresa ser muito boa em algo: Foco naquilo. Tempo, dinheiro e energia direcionados para desenvolver e perenizar as competências que serão os diferenciais desta empresa ou deste profissional.Assim, a minha síntese (adoro sínteses) dessa questão paradoxal, onde precisamos conhecer um pouco de tudo, mas somos e seremos cobrados por um nível de especialidade e competência em uma ou poucas coisas, é: Busque sempre ampliar a sua fronteira de conhecimento, mas dedique a maior parte dos seus recursos (tempo, dinheiro e energia) para fortalecer os seus pontos fortes. E se você é ou quer ser empresário(a), pense cem vezes antes de diversificar. Concentre-se prioritariamente em um setor ou segmento de clientes e busque ser o melhor naquilo. A minha visão é o século XXI está sendo e será ainda mais cruel com o amadorismo e com a falta de foco. Até o próximo!

por Marcelo Veras
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