Artigo 113 – Como montar um bom currículo – parte I

por Marcelo Veras | 03 de jun de 2013

"Clareza, objetividade e sinceridade. É isso que se quer ao ler um currículo”

O que é um bom currículo? O que fazer para que o seu currículo seja lido do início ao fim e desperte a vontade de quem leu para lhe convidar para uma entrevista? O que é melhor? Um currículo mais detalhado ou mais resumido? E se não tenho muita experiência, o que devo colocar no meu currículo? Devo mencionar pessoas que podem falar bem de mim (referências profissionais) ou não?

Estas perguntas incomodam 10 a cada 10 pessoas que elaboram currículo e enviam para empresas ou cadastram-se em sites de emprego. Quero começar dizendo que nenhuma dessas perguntas, se forem feitas a uma dezena de profissionais da área, será objeto de um consenso. Eu mesmo já fiz as mesmas a diversas pessoas da minha rede de relacionamentos. Nunca vi um consenso em muita coisa. Sabe por que? Simplesmente porque as pessoas são diferentes e pensam de forma diferente. Em outras palavras, o certo e o errado dependerá fundamentalmente de quem vai pegar o seu currículo para ler. E isso é um problema, porque você deve estar se perguntando agora: - Se não sei de antemão quem vai ler, como posso preparar um currículo adequado? Resposta: Você não saberá. Mas (sempre há um “mas”) nem tudo está perdido. Quando digo que não há um consenso, não significa que não haja um padrão (mais ou menos) aceitável e recomendado. Na média, você pode e deve seguir algum padrão e agradar Gregos e Troianos. Vamos a ele.

Primeiro vamos tratar da forma. Um currículo não deve passar de três páginas. Se der, o ideal seriam duas. Currículos com mais páginas só cabem para professores e pesquisadores que usam a plataforma Lattes (uma plataforma do governo para currículos acadêmicos). O formato escolhido (bordas, tipo de papel, tipo de fonte etc) devem ser o mais formal possível. É bobagem achar que uma moldura ou uma letra exótica vai adiantar. Já perguntei isso a muitos avaliadores e muitos acham até que isso depõe contra o candidato. Demonstra falta de seriedade. Talvez isso possa até ser bem visto para cargos ligados a arte, comunicação e design. Mas se não é seu caso, busque um formato mais sério e clean.

Os campos obrigatórios em um currículo são: Identificação pessoal, Principais qualificações, Formação, Experiência profissional, Educação continuada, Idiomas e Informática. Isso é o básico que se espera de informação em um currículo.

Adicionalmente, embora, repito, não seja consenso, eu gosto muito de acrescentar dois novos grupos de informações: Prêmios, Viagens e Trabalhos Voluntários; e Informações Adicionais. Na minha visão, estes dois campos adicionais ajudam muito a mostrar quem somos, não só no campo profissional, mas também na vida pessoal. Para muitas empresas e entrevistadores, o que está neste campo pode ser decisivo na hora de convidar alguém para uma entrevista, pois algumas competências comportamentais podem ser bem destacadas nestes campos.

Repito, sem querer ser chato, não há um modelo padrão de currículo definido e aceito mundialmente. Você precisa decidir qual será o seu modelo. Você, em primeiro lugar, ao ler o seu próprio currículo, deve ter certeza de que aquelas informações definem você da melhor forma possível.

Não posso deixar de enfatizar um ponto fundamental. A ortografia deve estar impecável. Um currículo com erros de português é imperdoável. Vai pro lixo com certeza. Não deixe isso acontecer. Peça sempre para alguém da sua confiança revisar antes de enviar para a primeira pessoa ou empresa.

No próximo artigo eu vou detalhar um pouco mais sobre o que acho relevante ser colocado em cada um dos campos de informação listados acima. Até lá!

por Marcelo Veras
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