"Não existe verdade absoluta em investimentos. Estude, ouça e crie a sua estratégia”
Hoje quero discutir o terceiro pilar do planejamento financeiro – a Interpretação. Lembro que, para chegarmos até aqui, seria bom que as fases iniciais tenham sido amplamente pensadas e trabalhadas. Falo da análise profunda do seu estágio financeiro atual (quanto ganha, quanto gasta e o seu patrimônio) e da sua visão de futuro (quanto gostaria de ter após a sua aposentadoria financeira, quanto tempo tem para acumular e quanto tempo terá para gastar). O ideal seria que você iniciasse esta fase com as questões acima bem resolvidas, mas caso ainda esteja resolvendo questões estruturais dos pilares anteriores, como dívidas, levantamento de informações ou ainda aprendendo a usar a planilha que disponibilizei, tenho uma boa notícia: Esta nova fase pode ser iniciada mesmo assim.
Esta fase, chamada por mim de interpretação, é a fase dos estudos sobre investimentos. Isso mesmo. A fase dos estudos, em que você deve estabelecer um volume de recursos (tempo, dinheiro e energia) para se dedicar a estudar as inúmeras possibilidades de investimento para quem tem saldo para investir.
Quem consegue chegar ao estágio de se livrar das dívidas e ter a disciplina de reservar mensalmente um valor a ser investido, inicia uma fase importante e, até certo ponto, angustiante. Quando eu iniciei esta minha jornada, há 14 anos, senti isso na pele. Uma alegria enorme ao ver que todo mês eu conseguia reservar uma quantidade de dinheiro para investir e saber que tinha muito claras quais eram as minhas metas futuras, mas ao mesmo tempo uma angústia e incômodo ao me fazer diariamente as seguintes perguntas: - O que faço com este dinheiro? - Onde invisto? – Como posso fazê-lo render mais, sem correr riscos desnecessários?
Estas são questões excelentes para se ter em mente. Primeiro porque significa que você já passou do estágio onde milhões de pessoas ficam presas e enclausuradas, sem conseguirem poupar para investir. E segundo porque aí está uma nova oportunidade de aprendizado para você. Uma oportunidade de desenvolver uma competência rara e muito valorizada hoje, até mesmo no mercado de trabalho. Quem sabe gerenciar bem a sua vida financeira e chega nesta fase, também se torna um profissional mais qualificado. Passa a entender melhor as finanças da empresa onde trabalha, passa a tomar decisões mais qualificadas e orientadas a resultados etc. Digo isso com muita convicção e experiência própria. Conheço muitas pessoas que têm suas vidas financeiras desorganizadas e que, no trabalho, são o espelho disso. Gastam em coisas que a empresa não precisa, tomam decisões de gastos e investimentos equivocadas e por aí vai. Creio que não é difícil entender que as finanças de uma empresa e as finanças de uma pessoa possuem os mesmos princípios, desafios e premissas. Quem gasta mais do que ganha, quebra hoje. Quem não investe para o futuro, quebra um dia. Simples, não?
Pois bem, o desafio agora é estudar, estudar e estudar. As oportunidades de investimento são (quase) infinitas: Imóveis residenciais (prontos ou na planta), Imóveis comerciais (idem), poupança, renda fixa, moedas estrangeiras, fundos de investimento, tesouro direto, ouro, obras de arte, ações de empresas, investimentos diretos em empresas... A lista é infindável. O importante a saber é que cada tipo de investimento tem o seu perfil. Este perfil se resume basicamente em três aspectos: Retorno, Risco e Liquidez. Retorno é rendimento. Risco é a possibilidade de o dinheiro virar pó. Liquidez é a facilidade com que você pode transformar o investimento em dinheiro no bolso. Estes três aspectos determinam uma combinação que deve ser escolhida de forma muito pessoal. Portanto comece já. Reserve um tempo na sua agenda para ler sobre estes assuntos, escolha um livro e comece a ler, e busque um amigo ou parente que queira iniciar esta jornada de estudos junto com você. Isso pode motivar e dar mais velocidade neste processo. No próximo artigo aprofundarei um pouco mais e recomendarei algumas fontes de informação. Até lá!