"Para se construir riqueza, precisamos primeiro gerar saldo a ser investido”
Hoje vamos mexer no vespeiro que muitos ainda teimam em se afastar. Falo da situação que atormenta milhões de pessoas no mundo – o déficit financeiro. Pessoas que gastam mais do que ganham e, por consequência, vivem endividadas e nunca conseguem ter saldo para investir e gerar riqueza. Infelizmente esta é a situação de uma grande parcela da população.
Sinceramente eu não tenho competência (e nem paciência) para discutir filosoficamente algo que a matemática simples explica. Quem gasta mais do que ganha tem um problema sério e precisa se tratar. É muito simples entender que nós devemos dimensionar o nosso padrão de vida e os nossos gastos ao que ganhamos. Não há mágica. Sinceramente não entendo como algumas pessoas insistem em fugir dessa verdade absoluta e incontestável. A não ser que (conheço pessoas assim) a pessoa esteja contando com algo que venha a acontecer no futuro (uma herança, um prêmio de loteria ou coisa do gênero) para salvá-la desse naufrágio. Se está, sugiro que ajoelhe no milho todo santo dia e reze para isso realmente acontecer. Caso contrário, para pobres mortais como eu você, só há uma regra a ser seguida: Gastar menos do que se ganha. E usar esta diferença para investir e gerar riqueza.
Tenho colegas e amigos bem próximos que são endividados. Alguns porque gastam mais do que ganham. Outros porque tiveram algum problema na família e tiveram despesas acima do esperado e outros porque simplesmente nem percebem que estão com o padrão de vida acima do que podem. Em outros casos bem comuns, as pessoas elevam o seu padrão de vida a cada aumento de salário. Um grande erro.
Eu não sou contra a melhoria no padrão de vida e de consumo. Muito pelo contrário. Sempre que cresci em termos salariais, passei a consumir coisas que antes não tinha dinheiro para tal antes. Mas nunca, nunca mesmo, saí feito louco gastando mais e assumindo novas despesas fixas a cada aumento de renda. Por uma razão muito simples: Sempre tive clareza de que dinheiro é muito difícil de ganhar e fácil de gastar. Ele merece respeito. Ou irá se virar contra nós de forma feroz.
Tenho discutido o assunto com algumas pessoas próximas e, quando me perguntam o que devem fazer para saírem desse inferno do déficit financeiro, tenho recomendado a seguinte sequência de ações:
1- Monte o seu planejamento de receitas para o ano inteiro, usando a planilha que já enviei para vários leitores.
2- Estabeleça um % deste valor a ser poupado mensalmente. Recomendo incialmente entre 5 e 10%. Mas já adianto que é possível chegar a patamares muito maiores com o tempo e a disciplina.
3- Dimensione seus gastos para o valor que sobrar. Se for preciso, tenha duas contas bancárias. Uma para as reservas (sem cartão, sem talão de cheques) e outra para as despesas correntes.
4- Todo início de mês, quando receber o seu salário ou pró-labore, transfira o dinheiro para a conta de investimento e use o que sobrar. Nunca o contrário. Nunca poupe o que sobra. Gaste o que sobrar após a poupança. Esta é a regra básica a ser seguida. Parece difícil, mas garanto que é possível. Aliás, todas as pessoas que conseguiram construir riqueza ao longo de suas vidas pensam e agem assim.
Se você tem dívidas, o desafio inicial é se livrar delas. O mais rápido possível. Se você (ainda) não tem disciplina com gastos, cancele seus cartões de crédito, solicite o cancelamento do seu limite de cheque especial e não compre mais nada, nada mesmo, a prazo. Consulte um especialista para ver como trocar dívidas caras (juros altos) por dívidas mais baratas, para acelerar o seu processo de liberdade. Revise todos os seus gastos. Com certeza há coisas que você pode cortar ou substituir e que não farão grandes diferenças na sua felicidade. Isso exige determinação, coragem e vontade. Quem tiver, consegue. Quem não tiver, não há remédio no mundo que funcione. A única coisa que posso dizer é que vale a pena. Se livrar das dívidas e começar a poupar e construir riqueza muda tudo na vida. Até o próximo!